JURGEN KLOPP

“Para mim o futebol é muito emocional, rápido, forte… não é aborrecido, não é xadrez. Claro que tem táctica, mas táctica com coração. Não podes ganhar sem táctica, mas a emoção faz a diferença.”

“Os treinadores estão sempre a dizer que não é importante a equipa correr mais, desde que corra bem. Eu quero que a minha equipa corra bem, desde que corra dez quilometros mais.”

“Cada país tem o seu futebol e o clima influencia muito. Se eu, em Liverpool, treinasse apenas táctica três vezes por semana, ficaria doente! O clima influencia a cultura do futebol de cada lugar”.

“Vamos desafiar todos, vamos lutar por tudo”.

JURGEN KLOPP

Na época 1989/90, o Liverpool ainda estava banido das competições europeias pela UEFA, mas ganhou o campeonato inglês, ainda com a designação de Football League First Division (A Premier League só surgiu em 1992).

Era o Liverpool de Kenny Dalglish, que acumulava as funções de treinador-jogador, e contava com jogadores como: Bruce Grobbelaar, Gary Gillespie, Barry Venison, Alan Hansen, Glenn Hysén, Steve Nicol, Jan Molby, John Barnes, Ray Houghton, Steve McMahon, Ronnie Whelan, Peter Beardsley e Ian Rush.

Desde então, e durante 30 anos, o Liverpool FC não voltou a conquistar o título inglês, mas esse facto não impediu que os The Reds tivessem forte impacto nas provas europeias.

Durante esses 30 anos, o Liverpool esteve em 4 finais da Liga dos Campeões e 2 finais da Taça UEFA/Liga Europa. Em 2000/01 conquistou a Taça UEFA com o Golo de Ouro (Liverpool FC – 5 – Deportivo Alavés - 4); Em 2004/05 venceu a Liga dos Campeões nas penalidades (Liverpool FC – 3 (3) - AC Milan – 3 (2); Em 2006/07 repetiu a final mas saiu derrotado (Liverpool FC – 1 – AC Milan – 2); Em 2015/16 regressou à final da Liga Europa mas saiu derrotado (Liverpool FC – 1 – Sevilla FC – 3); Em 2017/18 voltou à final da Liga dos Campeões e voltou a perder (Liverpool FC – 1 – Real Madrid Club de Fútbol – 3); Em 2018/19 o regresso às vitórias na Liga dos Campeões numa final britânica (Liverpool FC – 2 - Tottenham Hotspurs – 0).

Em 5 anos, Jürgen Klopp levou o Liverpool a 3 finais europeias, mas não fez só isso. Começou a construir uma equipa para discutir todas as provas. Na época 18/19, o Liverpool já tinha realizado uma época extraordinária e perdeu o título devido à única derrota sofrida na prova perante o Manchester City que renovaria o campeonato.

Na época 19/20, o trajecto foi arrasador, mesmo com a propagação do Covid-19, e o Liverpool de Klopp conquistou a primeira Premier League da sua história, num total de 19 campeonatos.

Alisson Becker, Joe Gomez, Andy Robertson, James Milner, Virgil Van Dijk, Fabinho, Trent Alexander-Arnold, Wijnaldum, Jordan Henderson, Oxlade-Chamberlain, Mohamed Salah, Sádio Mané, Roberto Firmino, Divock Origi, Xherdan Shaqiri, Adam Lallana, Takumi Minamino entre outros, com Jürgen Klopp como manager, são os nomes para a história.

 

SPORT LISBOA E BENFICA: Formação

Nos últimos 5 anos (2015/2020) o SL Benfica colocou vários jogadores nos melhores campeonatos do globo: Raúl Jimenez (38M€); Rodrigo Moreno (30M€); Nico Gaitán (30M€); Enzo Perez (25M€) Lazar Markovic (25M€); Anderson Talisca (25M€); Konstantinos Mitroglou (15M€); Luka Jovic (7M€); Lima (7M€); Ezequiel Garay (6M€); Óscar Cardozo (5M€), entre outros.

No entanto, nesses 5 anos (2015/2020) nenhum clube mundial vendeu tantos produtos da formação como o SL Benfica. Durante esse período vendeu tão bem a formação que parece ter ficado sem formação para vender.

A saber:

Nota: Jan Oblak foi contratado pelo SL Benfica com 17 anos e não chegou a jogar nos escalões de formação, mas é considerado pela UEFA como "Formado localmente".

 

MARADONA: Golo do Século

Mundial de Futebol, México 86, Estádio Azteca, 22 de Junho de 1986, Quartos-de-final, Argentina – 2 – Inglaterra -1. Dois golos de Diego Armando Maradona que ficaram na História dos mundiais e do futebol. O golo da “Mão de Deus” e o “Golo do Século”.

Ao minuto 54, Maradona pegou na bola no seu meio campo, após passe de Negro, e em 11 segundos, 44 passos e 12 toques, ultrapassou 5 adversários - Peter Beardsley (20); Peter Reid (16); Terry Butcher (6); Terry Fenwick (14); Peter Shilton (1) - e criou uma obra de arte do futebol: O Golo do Século.

HISTORIA DO FUTEBOL: Idade Antiga

“Uma bola redonda e uma baliza quadrada

São os símbolos de Yin e Yang.

A bola assemelha-se à Lua cheia,

Quando os dois adversários se encontram.

Nomeiam-se chefes do jogo,

que desempenham as suas funções.

Ninguém se importa com o parentesco

E não há partidarismos.

A decisão e o sangue-frio são importantes,

Não pode haver zangas quando se cometem faltas

Não pode haver enganos nem negligências,

E se tudo isto é importante

No jogo da bola com os pés,

Ainda o é muito mais na luta da vida”

LI YU (50-136 d.C.)

A História do Futebol é uma viagem no tempo ainda não concretizada. São histórias e estórias obscuras, sem dados claros e muito menos absolutos. No limite, as investigações revelam desportos com bola, jogados com as mãos e os pés, e algum parentesco com o futebol.

No século XXV (a.C.) e na China do Imperador Amarelo Huang-Ti, os homens dos seus exércitos eram obrigados a praticar, entre variados exercícios, um jogo com bola que consistia em disputar a sua posse de uma maneira mais ou menos violenta utilizando as mãos e os pés.

Durante a Dinastia Han (206 a.C e 220 a.C) o jogo evoluiu para o chamado Tsudji ou Tsu-Ku (Tsu-Chu), qualquer coisa como dar pontapés numa bola.

Inspirado no Tsudji chinês, durante o Período Heian registaram-se evidências, no Japão, sobre a existência de um desporto, com bola, praticado com os pés e as mãos, mas disputado com a maior cortesia e confraternização. Uma espécie de convívio com bola pelo meio. Era o Kemari que ainda é praticado no Japão com o objectivo de preservar o seu valor histórico.

Já na Grécia, foram encontrados indícios de jogos com bola no século VIII (a.C). O Episkyros era um jogo em que a um sinal, duas equipas corriam a partir da sua linha de baliza em direcção à bola colocada no centro e quem chegasse primeiro tentava levá-la para o fundo do campo contrário por meio de pontapé, corrida ou acção combinada com os outros membros da equipa. Ganhava quem conseguisse atravessar mais vezes a linha de baliza contrária com a bola. De registar ainda, o desenvolvimento conseguido na concepção da bola com recheio de ar.

A civilização Romana, aproveitou a ideia daquele jogo grego e criou um outro desporto chamado Harpastum, mas com intuítos idênticos ao jogo inicial chinês: físico e violento. O novo desporto foi adoptado pelas legiões durante as longas campanhas imperiais.

Devido ao expansionismo romano, desconfia-se da forte probabilidade do Harpastum ter influenciado a emergência do Soule nos anos 50 a.C em terras Gálicas.

Sir BOBBY ROBSON

"Não podemos substituir o Gary Speed. Onde vais encontrar um jogador experiente como ele, com pé esquerdo e uma cabeça?”

“O Gary Speed nunca jogou melhor, nunca me pareceu tão em forma e nunca esteve mais velho como agora.”

“O que podemos dizer do Peter Shilton? O Peter Shilton é o Peter Shilton… E tem sido o Peter Shilton desde o início do ano.”

“Dava o meu braço direito para ser pianista.”

“Quero jogar a bola curta e quero jogar a bola longa. Penso que bolas longas e curtas são a base do futebol.”

“O dia do Ray Wilkins vai chegar uma destas noites.”

“Quando o Gazza [Paul Gascoine] estava a driblar, usava os braços como quem anda num campo minado… ou num supermercado.”

“Colocámos bons substitutos para se agarrarem ao forte.”

“Uma vez o Denis Law deu-me um pontapé em Wembley, à frente da rainha, num jogo internacional. Quer dizer, ninguém está autorizado a fazer uma coisa destas.”

“O Steve Hodge está fora de forma há duas semanas. Não... Quer dizer, está assim há 14 dias.”

“A margem foi muito marginal”

“A vantagem de jogar em casa dá-te alguma vantagem.”

“Joguei críquete na minha terra. Estavam 40 tipos de cada lado e a equipa com mais runs (pontuação) ganhava. Era esse tipo de futebol…”

“Bem, marcámos 9 e é impossível marcar mais do que isso.”

“Daqui a um ano, ele estará mais velho um ano.”

“Olhem para estas oliveiras. Têm 200 anos e estão aqui antes dos tempos de Jesus Cristo.”

“Vamos levar 22 jogadores para Itália... perdão, para Espanha... Jim, afinal vamos para onde?”

“Não subestimámos os Camarões. Eles são muito melhores do que pensávamos.”

“Não vou pensar além das meias-finais, mas adorava levar o Newcastle à final.”

“Qualquer coisa entre 1-0 ou 2-0 seria um bom resultado.”

“Talvez não adeus, mas adeus.”

“Os primeiros 90 minutos do jogo são os mais importantes.”

"Alan Shearer tem estado bem, considerando a idade. Introduzimos alguns movimentos no seu seu jogo porque ele agora tem duas boas pernas. Na última temporada, ele jogou apenas com uma perna".

Sir BOBBY ROBSON

GOLEADORES: Competições europeias

PROVAS E COMPETIÇÕES DE CLUBES DA UEFA 

131: Cristiano Ronaldo 

(POR, Sporting CP, Manchester United, Real Madrid, Juventus) 

117: Lionel Messi 

(ARG, Barcelona) 

77: Raúl González 

(ESP, Real Madrid, Schalke) 

70: Filippo Inzaghi 

(ITA, Parma, Juventus, AC Milan) 

70: Robert Lewandowski 

(POL, Lech Poznań, Borussia Dortmund, Bayern München) 

67: Andriy Shevchenko 

(UKR, Dynamo Kyiv, AC Milan, Chelsea) 

65: Karim Benzema 

(FRA, Lyon, Real Madrid) 

62: Ruud van Nistelrooy 

(NED, Heerenveen, PSV Eindhoven, Manchester United, Real Madrid, Hamburg) 

62: Gerd Müller 

(GER, Bayern München) 

61: Sergio Agüero 

(ARG, Atlético Madrid, Manchester City) 

59: Thierry Henry 

(FRA, Monaco, Juventus, Arsenal, Barcelona) 

59: Henrik Larsson 

(SWE, Feyenoord, Celtic, Barcelona, Manchester United, Helsingborg) 

56: Zlatan Ibrahimović 

(SWE, Ajax, Juventus, Internazionale Milano, Barcelona, AC Milan, Paris Saint-Germain, Manchester United) 

56: Eusébio da Silva Ferreira 

(POR, Benfica) 

55: Klaas-Jan Huntelaar 

(NED, Heerenveen, Ajax, AC Milan, Schalke) 

54: Alessandro Del Piero 

(ITA, Juventus) 

50: Didier Drogba 

(CIV, Marseille, Chelsea, Galatasaray) 

50: Alfredo di Stéfano 

(ARG/ESP, Real Madrid)

MELHORES MARCADORES DA LIGA DOS CAMPEÕES

129: Cristiano Ronaldo 

(POR, Manchester United, Real Madrid, Juventus) 

114: Lionel Messi 

(ARG, Barcelona) 

71: Raúl González 

(ESP, Real Madrid) 

64: Karim Benzema 

(FRA, Lyon, Real Madrid) 

64: Robert Lewandowski 

(POL, Dortmund, Bayern) 

60: Ruud van Nistelrooy 

(NED, PSV Eindhoven, Manchester United, Real Madrid) 

59: Andriy Shevchenko 

(UKR, Dínamo Kyiv, Milan, Chelsea) 

51: Thierry Henry 

(FRA, Mónaco, Arsenal, Barcelona) 

50: Filippo Inzaghi 

(ITA, Juventus, Milan)

CR7: Mundial 2018

Mundial de Futebol, Russia 2018, Estádio Olímpico de Sochi, primeiro jogo do Grupo B, duelo ibérico entre Portugal e Espanha, resultado 3-3, 3 golos de Cristiano Ronaldo.

OS IRMÃOS INZAGHI: O agitador e o discreto

Nasceram em Piacenza, os dois irmãos Inzaghi: Filippo “Pippo” Inzaghi, em 09-08-1973, e Simone “Inzaghino” Inzaghi, em 05-04-1976.

JOGADORES

Como jogadores e avançados tiveram um histórico diferenciado com “Pippo” a conseguir um trajecto de maior projecção e sucesso.

Filippo “Pippo” Inzaghi, o chamado “Agitador oportunista” ou “Rato de área” e de quem Emiliano Mondonico disse: "Não é o Inzaghi que está apaixonado pelos golos; são os golos que estão apaixonados por ele", envergou a camisola de Piacenza, Parma, Atalanta e principalmente da Juventus FC (165 jogos e 89 golos) e do AC Milan (305 jogos e 130 golos). No total marcou 317 golos, entre eles 70 golos nas competições europeias (o melhor goleador italiano) e 25 golos pela selecção italiana (57 jogos).

Colectivamente, foi Campeão da Europa Sub-21 (Euro U21 1994 – França), onde na final a Itália venceu Portugal por 1-0 após prolongamento. Curiosamente, “Pippo” saiu aos 84’ para entrar Pierluigi Orlandini que no prolongamento acabaria por marcar o golo da vitória Azzurri. Foi Campeão Mundial pela Itália no Alemanha 2006, onde jogou 30’ e marcou um golo. Conquistou 3 "Scudetto" (Juventus 97/98 – AC Milan 2003/04 – AC Milan 2010/11) e 2 Ligas dos Campeões (AC Milan – 0 – Juventus - 0 com 3-2 nas penalidades 2002/03 e AC Milan - 2 – Liverpool – 1 em 2006/07, com 2 golos de Inzaghi), para além de outros títulos.

Simone “Inzaghino” Inzaghi, é mais modesto no curriculum de jogador, praticamente esteve vinculado ao Piacenza e à Società Sportiva Lazio (196 jogos e 55 golos), embora tivesse andado emprestado ao Novara, Brescello, Sampdória e Atalanta. No total marcou 90 golos.

Colectivamente, na época 1999/2000, da Lázio de Sven-Göran Eriksson, atingiu o seu ponto mais alto da carreira, conquistando 1 “Scudetto”, 1 Taça de Itália (Vitória sobre o Inter com os parciais de 2-1/0-0) e 1 Supertaça europeia (Lazio – 1 –Manchester United – 0). Nesse jogo, “Inzaghino” mereceu este comentário de Alex Ferguson: “Aquele rapaz deve ter nascido em posição de fora-de-jogo”.

Conquistou ainda mais 2 Taças de Itália pela Lázio (2003/04 vitória sobre a Juventus 2-0/2-2 e em 2008/09 vitória nas penalidades 6-5 sobre a Sampdória após empate 1-1).

TREINADORES

Como treinadores, “Inzaghino” tem revelado maior solidez no processo de crescimento e apresentado um percurso mais consistente, sem desperdiçar oportunidades.

 

Simone “Inzaghino” Inzaghi, começou por estruturar aptidões mais cedo que o irmão (2010) e apostou nos escalões de formação da Lázio, mais propriamente no escalão de sub-19, onde conquistou 2 Coppa Italia Primavera consecutivas (2013/14 e 2014/15).

Em 2016, “Inzaghino” foi convidado para substituir interinamente Stefano Pioli na equipa principal da Società Sportiva Lazio, no entanto, conquistou a confiança dos dirigentes e permaneceu. Depois de 2 quintos lugares, conquistou a Taça de Itália em 2018/19 (Lázio – 2 – Atalanta - 0) e na época 19/20 está na luta pelo título com Juventus e Inter.

Filippo “Pippo” Inzaghi, tal como o irmão, iniciou a carreira de treinador nos escalões de formação, neste caso do AC Milan, nomeadamente nos Sub-16 e Sub-19, em 2012.

Na época 2014/15 o AC Milan convidou “Pippo” para o comando da equipa principal em substituição de Clarence Seedorf (que durou apenas 5 meses), mas o “Oportunista” desperdiçou a oportunidade. Foi despedido no final da primeira das duas épocas de contrato.

Curiosamente, em 2016, enquanto o irmão subia na Lázio, Filippo descia e assinava pelo FCU Veneza da 3.ª divisão italiana (Serie C). Em Veneza conseguiu subir à 2.ª divisão (Serie B) na primeira época e na segunda falhou no play-off de subida à 1.ª divisão (Serie A) ao perder com o Palermo. Digno de registo.

Em 2018, “Pippo” regressa à primeira divisão (Serie A) com o Bolonha FC e as coisas não correram muito bem sendo substituído por Sinisa Mihajlovic. Em 2019, assinou contrato com o Benevento Calcio da 2.ª divisão (Serie B), com o objectivo de atingir o primeiro escalão e a coisa promete.

 

MUNDIAIS: O Início

 

A ideia original da realização de um Torneio entre Selecções a nível mundial, apareceu a 21 de Maio de 1904 no Congresso da FIFA, em Paris, e proposta pelo primeiro Presidente do organismo e o daquela altura: o francês Robert Guérin, secundado pelo Secretário-Geral, o holandês Hirschmann. Naquela altura, nem o próprio Guérin sonharia que um projecto desta natureza atingiria proporções tão elevadas como actualmente se constata.

A proposta apresentada e outras iniciativas posteriores não colheram o interesse desejado junto da maioria dos países inscritos. Principalmente dos britânicos que não concordaram com a ideia, nomeadamente pelos encargos que um Campeonato do Mundo exigiria.

Mais tarde, quase duas décadas depois (Considerando a I Guerra Mundial – 14/18), com a eleição de Jules Rimet como Presidente da FIFA, em 1921, a ideia voltou a debate, reforçada pelos efeitos das Olimpíadas de 1924 e 1928 que revelaram os recursos e a expansão do futebol.

A 10 de Dezembro de 1926, numa reunião do Comité Executivo da FIFA, Jules Rimet, sempre apoiado por Henry Delauney (O pai do Campeonato da Europa), propôs o estudo de um projecto para uma competição mundial ao nível de selecções. Em 1927, uma nova reunião do organismo decidiu adiar tudo para depois das Olimpíadas de 28.

A 18 de Maio de 1929, em Barcelona, ficou então decidido em Congresso que se realizaria uma competição a nível mundial (Sempre contestado pelos britânicos, apoiado pelos escandinavos) e que o País organizador seria o Uruguai, pelas melhores condições de realização e por ter sido campeão olímpico em 24 e 28. Isto, em detrimento da Itália, Holanda, Suécia, Hungria e Espanha.

Contudo, Alemanha, Áustria, Itália, Checoslováquia, Holanda, Hungria, Suécia e Espanha (Ou seja todas as que se candidataram a realizar o evento e outras) que concordaram em participar no certame, renunciaram, alegando dificuldades diversas, nomeadamente os clubes, a distância em kilómetros e a consequente viagem que teria de ser efectuada de barco (Um grande problema na altura).

Foi, naturalmente, um rude golpe para Jules Rimet e para a Organização do primeiro Mundial. A ideia de uns prevaleceu sobre as restantes e o 1.º Campeonato Mundial de Futebol realizou-se mesmo, com a presença do Uruguai, Argentina, Chile, França (Sempre indecisa, mas sob o "peso" de Rimet), Bélgica, México, Jugoslávia, Brasil, Bolívia, Roménia, Estados Unidos da América, Paraguai e Peru. Verdade seja dita, apenas 4 países europeus (Os dissidentes) compareceram no 1.º Campeonato do Mundo de Futebol.

FRANZ BECKENBAUER

“A minha carreira de futebolista começou muito cedo, pois a bola era já o meu interesse principal nos meus tempos de criança. Em frente da casa dos meus pais, na Bonifatiusstrasse em München-Giesing, ficava o campo do SC München 1906 e não descansei enquanto os meus pais não autorizaram a minha inscrição nas camadas jovens desse clube. 

Fui ajudado nessas diligências pelo meu irmão mais velho, Walter Beckenbauer, que ainda hoje é considerado pelos nossos amigos como o mais talentoso de nós os dois, e que me deu os primeiros conselhos e ensinou os primeiros truques. Aprendi tudo o resto sozinho ou nos treinos, onde era sempre o primeiro a chegar e o último a partir. 

O melhor presente que recebi na minha juventude foi o presente de Natal que me deram no clube quando tinha dez anos: um par de botas de futebol autênticos, um presente que nunca mais esqueci. Como também não esqueço que nada se consegue sem esforço.” 

Der "Kaiser" FRANZ ANTON ALBERT BECKENBAUER (2 Bolas de Ouro). Jogador único, inimitável. O mais popular e melhor jogador da "Mannschaft" e do futebol alemão do século XX, perfumou os estádios de futebol com a sua arte no trato da bola e no seu controlo, a sua capacidade de fazer lançamentos precisos, o talento natural para se posicionar em campo e o seu carisma singular na liderança do grupo.

THIERRY HENRY

«Não podia dobrar o joelho e não podia correr bem, mas tinha de jogar. É tão simples quanto isso. Joguei o máximo que pude e menti para jogar. Quando me perguntaram se estava bem, disse que sim, claro. Eu nunca iria dizer que não estava bem. É assim que as coisas são» 

THIERRY HENRY 

A final da Liga dos Campeões 2009 realizou-se em Itália no Stadio Olimpico, Roma, na data de 27-5-2009. O FC Barcelona de Josep Guardiola venceu o Manchester United de Alex Ferguson por 2-0, golos de Samuel Eto'o e Lionel Messi. Henry foi substituído aos 72’ por Seydou Keita.

FUTEBOL: Idade Média

“Rolo para vós, que me haveis tomado como uma bola de futebol, passando-me, assim, a um outro; me lançais daqui e ele me atira de lá. Se hei de continuar neste ofício devereis forrar-me de couro”.

“A Comédia dos Erros” (1592-1593)

WILLIAM SHAKESPEARE

“King Lear: Ousas erguer o olhar para mim, biltre?

Oswald: Não, senhor. Mas não me mandeis espancar, por favor.

Kent: Não. Apenas te aplicaremos pontapés como a uma bola. Assim, também aprenderás como se joga com ela, desprezível jogador de futebol.”

“Rei Lear” (1605-1606)

WILLIAM SHAKESPEARE

Na Idade Média ou Mediaval não havia futebol, mas um jogo anárquico em que se perseguia e pontapeava uma bola, não sendo ela o mais importante. 

Importante era a sua conquista fosse qual fosse a forma ou o método. Valia tudo, sem regras, degenerando com frequência em rixas colectivas. Era o desporto das classes inferiores, utilizada para superação e distracção da sua condição ou para desafios entre localidades ou sítios.

A violência e a popularidade do novo desporto conduziram a que as tropas o assimilassem como exercício físico, mas o entusiasmo exagerado foi deteriorando gradualmente a disciplina militar e os costumes dos soldados.

Esta situação e a violência do "jogo de arruaceiros" como a classe superior a classificava, levou a que o Rei Eduardo II, em Inglaterra, proibisse a prática deste desporto em 1314.

Apesar da proibição o jogo não desapareceu, muito antes pelo contrário, foi evoluindo lentamente com o tempo conforme os entusiasmos festivos e confinamentos. Afinal de contas estamos a falar de séculos.

Obviamente, a história não acabou aqui, o futebol começava a germinar.

“A rudimentar bola saltitou num extremo da estreita rua do Cheapside londrino, quase surpreendida por se ter livrado, ainda que por meros instantes, dos furiosos pontapés aplicados por dezenas de artesãos, comerciantes, rapazes, frades e homens de reputação duvidosa.

Um jovem correu para ela e tentou dominá-la e esquivar-se a dois corpulentos archeiros dos exércitos de Sua Majestade. As pernas, os cotovelos e até os punhos destes atingiram violentamente o rapaz, que caiu no chão soltando gritos de dor. O pai do agredido, que se encontrava perto da «jogada», puxou da algibeira uma pequena mas aguçada navalha e matou os dois soldados, sancionando assim a «falta» que haviam cometido sobre o filho. 

O brusco, apaixonante e primitivo futebol inglês da Idade Média contava as suas primeiras vítimas mortais.”

BRIAN GLANVILLE (Jornalista britânico)

CR7 vs MESSI: Estudo

Cristiano Ronaldo e Lionel Messi são as maiores referências no mundo do futebol nos últimos anos e motivo de diversas discussões sobre qual deles é realmente o melhor jogador do mundo.

Um recente estudo da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, em colaboração com a empresa holandesa SciSports, veio dar nova contribuição para o debate, promovendo um modelo de análise sobre as acções em jogo de cada um.

“O valor de um jogador de futebol é geralmente determinado através dos golos e das assistências, mas estima-se que cada jogador participe em cerca de 1.600 ações em média. Este modelo analisa cada uma delas, desde remates, passes, dribles ou roubos de bola. Desta forma, fornece-se uma imagem mais completa de um jogador e o seu valor para a equipa”, explicou Jesse Davis um dos participantes no estudo.

Os investigadores compararam dados entre 2013 e 2018, um período em que os dois jogadores se encontravam em Espanha. Apenas foram tidos em consideração os jogos de La Liga, sendo descartada a prestação nas competições europeias e ao serviço das respetivas seleções.

“Nas primeiras temporadas analisadas, as pontuações de Messi e Ronaldo são muito próximas. A partir da época 2015/16, Lionel Messi afastou-se do seu eterno rival. Há jogadores que têm menos bola, mas com grande impacto. É o caso de Cristiano Ronaldo, enquanto Messi realiza um número muito alto de ações”, explicou Tom Decroos também participante no estudo.

Assim, talvez se encontre o jogador mais completo ou o mais integrado nos valores colectivos da sua equipa, factos que não contrariam ou encerram o debate, não o melhor jogador porque a subjectividade também conta.

MANÉ GARRINCHA

CELEBRANDO GARRINCHA, o santo inventor da ginga

 

         Frente a frente

              4 colunas

de dois templos em ebulição:

        raios arqueados

                 oscilam

                           ossos

                                  músculos

                                             nervos

                                                     pernas em balanço:

                                           arquitetura móvel

                         para o pêndulo da surpresa.

        Não se sabe ao certo

- dono de um mundo em rotação

                          verde

                                rolado no plano pleno de desejos –

                                                        a direção

                 daquele equilibrando a esfera

                        a fera

           perseguida

    Se para a direita

                             Ou

                             para a esquerda

                                               se para trás

                                                                ou pelo vão

                                           que se arreganha

                                    à frente

  (abóbada de igreja livre

para a passagem do andor

              com seu santo rotundo)

                             No frêmito feroz

                                       olhos vivos e

                                              lentes onduladas

                             se congelam no cristal

                da ânsia espectável

           Súbito

       pára

   e

       dispara

                  navegante da luz

                               em direção ao corpo

                                                sólido

                                                    num fio evanescente

                                                        de malabarismo alumbrado

                                                  o espectro do clown

                                              Parte

                                    com ela

                            a esfera

                      a fera

           aos olhos de espanto

   de feras de outra esfera:

                                    Vai

                            Não        Vai

                                    Foi

 

ANIBAL BEÇA