No futebol nada está garantido. É um jogo de habilidades com os pés e exploração da inteligência. Muitas vezes a equipa que joga melhor com os pés não ganha à equipa que joga melhor com a cabeça.


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quarta-feira, 2 de junho de 2021

O DESASTRE DE HILLSBOROUGH


O dia 15 de abril de 1989 ficou marcado, em Inglaterra, pelo denominado "Desastre de Hillsborough", quando no jogo entre o Liverpool FC e o Nottingham Forest (a contar para as meias-finais da Taça de Inglaterra), disputado no Estádio Hillsborough do Sheffield Wednesday Football Club, a sobrelotação, o estado de conservação do estádio e também por negligência dos responsáveis pela segurança, morreram 96 adeptos e 766 outros ficaram feridos.

A área destinada aos adeptos do Liverpool FC já se encontrava esgotada, com cerca de 14.600 espectadores, no entanto, cerca de 5 mil adeptos dos “reds” ainda se encontravam no exterior do estádio e a tentar forçar a entrada dado que o encontro estava prestes a começar.

Perante o cenário e a incapacidade em controlar a situação, a polícia ordenou a abertura de um portão lateral que dava acesso a um dos túneis de entrada para a bancada, promovendo o avanço incontrolado e desorientado dos adeptos que se concentraram na mesma zona.

Com isso, os adeptos já instalados foram sendo empurrados contra as grades e os adeptos no exterior, sem conhecimento da situação, continuaram a forçar a entrada.

O árbitro Ray Lewis deu início ao encontro, mas 7 minutos depois teve de o interromper devido ao facto de haver espectadores a trepar as grades e por recomendação das forças policiais. Não demorou muito tempo até o muro ceder à pressão e tornar evidente a severidade do desastre.

A 7 de maio, o Liverpool FC de Kenny Dalglish venceria o Nottingham Forest de Brian Clough por 3-2 e apurar-se-ia para a final da Taça de Inglaterra. A 20 de maio na final, em Wembley, conquistaria o troféu ao vencer o Everton FC de Colin Harvey por 3-2, com um golo de Ian Rush no prolongamento. No entanto, aqueles 96 adeptos não puderam festejar a conquista.

Depois do que aconteceu em Heysel, o desastre de Hillsborough contribuiu decisivamente para que os gradeamentos fossem retirados dos estádios e outras medidas de segurança e controlo fossem implementadas.








TORINO: A Tragédia de Superga

4 de maio de 1949 é a data da Tragédia de Superga. O avião Fiat-G212 da ALI que tinha a bordo 31 pessoas enfrenta um temporal e acaba por embater numa das paredes da Basílica de Superga.

Ninguém sobreviveu, incluindo 18 jogadores do “Grande Torino” (o clube 5 vezes campeão de Itália na década de 40 e um dos grandes da Europa), e entre eles jogadores da selecção transalpina (no final da década de 40, 10 dos 11 títulares da Squadra Azzurra eram jogadores da formação grená), como o melhor de todos Valentino Mazzola.

A equipa do Torino regressava de uma deslocação a Lisboa, onde participou num jogo de homenagem ao capitão do SL Benfica Francisco "Xico" Ferreira (Benfica-4-Torino-3).

Os jogadores que faleceram em Superga: Aldo Ballarin, Danilo Martelli, Dino Ballarin, Eusebio Castigliano, Ezio Loik, Franco Ossola, Giuseppe Grezar, Guglielmo Gabetto, Julius Schubert, Mario Rigamonti, Milo Bongiorni, Piero Operto, Romeo Menti, Rubens Fadini, Ruggero Grava, Virgilio Maroso, Valerio Bacigalupo, Valentino Mazzola.




A TRAGÉDIA DE FURIANI

5 de maio de 1992 é a data da Tragédia de Furiani. Num jogo a contar para as meias-finais da Taça de França de 1991/92, o SC Bastia recebia o Olympique de Marseille de Chris Waddle, Didier Deschamps ou Jean-Pierre Papin, no estádio Armand Cesari, em Furiani - Córsega, e o presidente do Bastia Jean-François Filippi (também presidente da Câmara de Lucciana), tal como já tinha promovido no jogo dos quartos de final com o Nancy, resolveu aumentar a capacidade do estádio com a instalação de uma estrutura metálica desta vez para uma lotação de 9.300 espectadores, para alcançar um total de 18 mil pessoas nas bancadas.

Para o efeito decidiu demolir clandestinamente a Tribuna Norte do estádio e instalar a tal bancada provisória para satisfazer a todos os adeptos. Antes do jogo começar e perante o excesso de adeptos naquela zona, a bancada provisória deficientemente instalada cedeu e acabaram por falecer 18 pessoas e registar 2357 feridos.

Jean-François Filippi acabou assassinado a 26 de dezembro de 1994, antes do início do julgamento sobre a Tragédia de Furiani.





A TRAGÉDIA DE HEYSEL

A 29 de maio de 1985 a Final da Taça dos Campeões Europeus, entre Juventus FC de Giovanni Trapattoni e Liverpool FC de Joe Fagan, disputada no estádio de Heysel, Bruxelas, ficou marcada pela “Tragédia de Heysel”.

A tragédia foi provocada pelos hooligans ingleses. Os adeptos do Liverpool foram colocados nos sectores X e Y enquanto os da Juventus foram distribuídos pelos sectores M, N e O, no topo oposto. A zona Z, adjacente aos apoiantes do clube inglês, devia ser uma zona neutra para os adeptos sem preferência clubística das equipas envolvidas na final. No entanto, muitos destes bilhetes acabaram por ser vendidos no mercado negro a adeptos da “Vecchia Signora”.

Antes do início do desafio, e depois de vários incidentes nas ruas de Bruxelas, cerca de duas centenas de hooligans ingleses encurralaram adeptos italianos no referido sector Z do Heysel, que recuaram até ao fim da arquibancada: as grades que poderiam permitir a evacuação estavam fechadas e a polícia empurrou de volta quem queria fugir.

Prensadas, as pessoas saltaram para o relvado, com o pânico a levar centenas a serem pisadas e esmagadas contra as grades, que cederam e foram derrubadas. Isto para além da utilização de barras de ferro para agredir os rivais.

O resultado foi a morte de 39 pessoas (32 das quais italianas) e mais de 600 feridos.

Esta tragédia obrigou as entidades a enfrentar o hooliganismo e na sequência do ocorrido os clubes ingleses foram banidos das competições europeias durante cinco anos, com o Liverpool a ser penalizado com mais um ano.

Apesar do sucedido, o jogo da final realizou-se mesmo e a Juventus FC de Platini, Boniek, Paolo Rossi, Tardelli, Scirea, conquistou o troféu ao Liverpool FC de Grobbelaar, Whelan, Kenny Dalglish, Ian Rush, ao vencer por 1-0, golo de Michel Platini.