No futebol nada está garantido. É um jogo de habilidades com os pés e exploração da inteligência. Muitas vezes a equipa que joga melhor com os pés não ganha à equipa que joga melhor com a cabeça.


Mostrar mensagens com a etiqueta Superliga Europeia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Superliga Europeia. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 15 de julho de 2021

SUPERLIGA EUROPEIA: Uma Liga separada e separatista

"Vamos ajudar o futebol a todos os níveis a ocupar o seu devido lugar no mundo. O futebol é o único desporto global no mundo com mais de 4 mil milhões de adeptos e a nossa responsabilidade como grandes clubes é responder aos desejos dos adeptos".

FLORENTINO PÉREZ

"Os nossos 12 Clubes Fundadores representam milhares de milhões de adeptos em todo o mundo. Reunimo-nos neste momento crítico, para que a competição europeia possa ser transformada, dando ao desporto que amamos uma fundação sustentável para o futuro, aumentando substancialmente a solidariedade, e dando aos adeptos e jogadores amadores um sonho e jogos de alta qualidade que alimentarão a sua paixão pelo jogo."

ANDREA AGNELLI

Um desporto não é desporto quando a relação entre o esforço e a recompensa não existe. Um desporto deixa de ser desporto quando o sucesso é garantido e não importa se perdes. Não é justo quando uma equipa luta, luta e luta, chega ao topo, mas não consegue qualificar-se porque o sucesso já estava garantido para alguns outros clubes."

PEP GUARDIOLA

Fala-se de uma Superliga Europeia desde os anos 1980, mas a 19 de abril de 2021, a Superleague, Lda apresentou um projecto de uma competição fechada com 20 equipas, denominada Super Liga Europeia (European Super League), com 15 clubes fundadores e 5 clubes convidados anualmente.

Na apresentação do projecto surgiram 12 clubes fundadores (FC Barcelona, ​​Real Madrid CF, Club Atletico Madrid, Arsenal FC, Chelsea FC, Liverpool FC, Manchester City FC, Manchester United FC, Tottenham Hotspur FC, Juventus FC, AC Milan, FC Internazionale Milano), dado que Paris Saint-Germain FC, Bayern Munique e Borussia Dortmund não acompanharam. Florentino Pérez (Real Madrid) foi indicado como presidente deste projecto, coadjuvado por Andrea Agnelli (Juventus) e Joel Glazer (Manchester United).

Neste circuito fechado de provas os clubes fundadores tinham a garantia de permanência no grupo, independente do percurso desportivo.

O objectivo era claramente financeiro e não desportivo, dado que os clubes promotores da ideia não disfarçaram algumas dificuldades financeiras, devido à pandemia e por estarem reféns das quantias  megalómanas do circo do futebol, apesar de manterem o rótulo de clubes mais poderosos da europa ou integrados nas 5 ligas mais competitivas (Espanha, Inglaterra, Alemanha, França e Itália).

Para estes clubes, o modelo da Champions League estava ultrapassado porque só a partir dos quartos de final despertava interesse global e resultados financeiros. No fundo era criar um torneio dos clubes mais poderosos que distribuiriam o dinheiro entre si nessa sociedade fechada e sem obediência à UEFA e ao seu controlo absoluto.


No entanto, a reacção global foi demasiado negativa e obrigou os clubes participantes a repensar os propósitos da sociedade.

A UEFA reagiu de forma enérgica e crítica numa declaração conjunta com a Federação Inglesa de Futebol, a Premier League, a Real Federação Espanhola, a La Liga, a Federação Italiana de Calcio e a Serie A e ameaçou banir os clubes participantes das suas competições nacionais.

Da mesma forma, a FIFA e a Associação Europeia de Clubes (ECA) criticaram a criação de uma competição independente, o primeiro-ministro inglês Boris Johnson considerou que os planos para uma Superliga Europeia seriam muito prejudiciais para o futebol e para as suas autoridades, enquanto o presidente francês Emmanuel Macron garantiu actuação por forma a proteger a integridade das competições das federações contra um projecto que ameaçava o princípio da solidariedade e o mérito desportivos.

Foi realmente uma reacção rápida, condenatória, apaixonada e emocional, nomeadamente por parte dos adeptos ingleses.






A reação furiosa da Premier League, da UEFA, de outras ligas europeias, de governos e dos adeptos fez tremer o projecto e no espaço de 48 horas começou a desmoronar. No fundo, o objectivo sempre foi forçar a UEFA a repensar a competição e/ou a distribuir mais dinheiro entre os participantes. Coisa conseguida mas não com os valores pretendidos.

Dos 12 fundadores iniciais apenas Barcelona e Real Madrid não suspenderam o interesse, mantendo o processo em banho-maria, com futuro incerto, mas sem condições para continuar na data pretendida.