No futebol nada está garantido. É um jogo de habilidades com os pés e exploração da inteligência. Muitas vezes a equipa que joga melhor com os pés não ganha à equipa que joga melhor com a cabeça.


Mostrar mensagens com a etiqueta Portugal. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Portugal. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

PORTUGAL: A Primeira Selecção 1921

A 18 de Dezembro de 1921, no Campo do Atlético de Madrid e perante cerca de 12.000 espectadores, Portugal apresentou a sua primeira selecção nacional para um jogo internacional e para defrontar a Espanha que tinha sido medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1920, disputados em Antuérpia, e onde a Organização apresentou o Torneio de Futebol como o “I Concurso Mundial de Futebol”.

No entanto, a estreia da selecção não podia dispensar alguns atritos e discussões de interesses. O primeiro seleccionador convidado foi o Eng.º Augusto Sabbo, então treinador do Sporting CP, que acabou por abandonar o lugar devido ao facto de ter convocado o jogador de “Os BelenensesFrancisco Pereira que mereceu forte contestação da imprensa e originou que o jogador renunciasse à selecção, bem como o seu irmão Artur José Pereira, o melhor jogador português na altura, e também Alberto Rio.

A convocatória de Augusto Sabbo, ou seja a primeira, contava com os seguintes elementos: Carlos Guimarães; António Pinho e Jorge Vieira; João Francisco, Artur José Pereira, Francisco Pereira; J. Gralha, Alberto Augusto, Jaime Gonçalves, José Rodrigues, Alberto Rio.

Para colmatar o problema a entidade federativa (União Portuguesa de Futebol) nomeou um comité de selecção que reunia um grupo de elementos da Associação de Futebol de Lisboa: Carlos Vilar, Pedro Del Negro, Reis Gonçalves, Virgílio Paula, Plácido Duro e Júlio de Araújo.

Como seria de esperar, principalmente pela rivalidade entre as selecções de Lisboa e Porto, os clubes filiados na Associação de Futebol do Porto contestaram aquela nomeação por a considerarem não representativa do país porque tendenciosa e privilegiadora dos jogadores de Lisboa nas convocatórias. Aliás, já a primeira convocatória não tinha agradado. O único jogador convocado a jogar no Porto foi Artur Augusto (nascido em Lisboa) que, apesar do boicote à selecção por parte dos clubes portuenses, acabou por integrar o grupo de trabalho e juntar-se ao irmão Alberto Augusto.

Com a entrada em funções do Comité de Selecção, também se alterou o núcleo duro da equipa, com uma aposta clara em jogadores e ex-jogadores do Casa Pia AC, provavelmente a melhor equipa na altura, também com voz activa na imprensa. Curiosamente, e necessariamente por falta de recursos, foi o clube do Ateneu Casapiano a ceder os equipamentos para o primeiro jogo da selecção nacional. A camisola preta dos “Gansos”.




A crónica do jogo no jornal “O Século”:

MADRID, 19 - A partida de foot-ball entre portuguezes e hespanhoes efectuou-se no meio de grande anciedade. Mais de 12.000 pessoas assistiram ao desafio e no campo as tribunas ostentavam colgaduras vendo-se bandeiras dos dois paizes entrelaçadas. Os vivas a Hespanha cruzaram--se de mistura com os vivas a Portugal. Os hespanhoes começaram jogando com grande impeto e, poucos momentos depois, Meana com um remate de cabeça consegue o primeiro ponto para a Hespanha; 5 minutos mais tarde Alcantara consegue o segundo. Continua o desafio, ganhando bem as duas équipes. Termina então o primeiro tempo, com dois pontos a favor de Hespanha e nenhum a favor de Portugal. No segundo tempo, Alcantara consegue o terceiro ponto para a Hespanha, o que estimula os portuguezes, que procuram dominar os hespanhoes, mas não fazem ponto algum, porquanto estes são superiormente aparados pelo ‘keeper’ hespanhol. Os portuguezes conseguem fazer um ponto, em virtude de uma mão metida na arena do goal, o que dá ocasião a uma enorme ovação a Portugal. A partida termina, contando os hespanhoes 3 pontos e os portuguezes 1. Ovações e hurrahs tanto à Hespanha como a Portugal. O arbitro do desafio foi Cazelle, do colégio belga, que tambem foi muito ovacionado pela imparcialidade e oportunismo que deu provas.”


O Jogo:

ESPANHA – 3 – PORTUGAL – 1

ÁRBITRO: M. Barette Cazelle (Bélgica)

PORTUGAL: Carlos Guimarães (CIF); António Pinho (Casa Pia AC), Jorge Vieira (Sporting CP); João Francisco (Sporting CP), Vítor Gonçalves (SL Benfica), Cândido de Oliveira “c” (Casa Pia AC); José Maria Gralha (Casa Pia AC), António Augusto Lopes (Casa Pia AC), António Ribeiro dos Reis (SL Benfica), Artur Augusto (FC Porto) e Alberto Augusto (SL Benfica).

SELECCIONADOR (Comité): Carlos Vilar, Pedro Del Negro, Reis Gonçalves, Virgílio Paula, Plácido Duro e Júlio de Araújo.

GOLO: Alberto Augusto


ESPANHA: Ricardo Zamora; Pololo, Balbino Garcia; Manuel Meana, Desidério Fajardo, Arrate “c”; Félix Sesúmaga, Eduardo Arbide, Francisco "Pagaza" Pagazaurtundúa, Luis Olaso, Paulino Alcântara.

SELECCIONADOR: Julian Ruéte e Manuel Castro Gonzalez.

GOLOS: Manuel Meana e Paulino Alcântara (2)












quinta-feira, 3 de junho de 2021

PORTUGAL: Campeão Europeu Sub-17 em 2003

A 17 de maio de 2003 António Violante liderou a selecção portuguesa que se sagrou campeã europeia em futebol sub-17, ao vencer a seleção de Espanha por 2-1 na final da prova, realizada no Estádio do Fontelo, em Viseu.

Na competição Portugal fez 5 jogos e conseguiu 4 vitórias e 1 empate (Vitória nas penalidades por 3-2 depois do 2-2 com a Inglaterra nas meias-finais) e na Final jogou da seguinte forma:

Mário Felgueiras; João Dias, Miguel Veloso (Cap), Paulo Ricardo, Tiago Gomes; Paulo Machado, João Coimbra (Manuel Curto, 70), Márcio Sousa (João Moutinho, 77), João Pedro (Bruno Gama, 52); Vieirinha e Carlos Saleiro.

Suplentes não utilizados: Pedro Freitas, Tiago Costa, Vítor Vinha e Hélder Barbosa.

Márcio Sousa marcou os 2 golos na final.

Pela Espanha, António Adán jogou a final tal como David Silva, César Angulo e David Sánchez que foi o melhor marcador da prova.




sexta-feira, 5 de junho de 2020

PORTUGAL: Os meus 22 de sempre







"OS INFANTES"

No Mundial-86, México, chegámos lá muito cedo. Demasiado cedo. Costumo dizer que chegámos lá primeiro que os mexicanos.”

PAULO FUTRE



Vinte anos depois da extraordinária campanha dos “Magriços” no Mundial 66 em Inglaterra (Medalha de Bronze), Portugal regressou a um Mundial, desta vez ao México86, com “Os Infantes” ou o que restava dos “Patrícios” do Euro84.

A segunda participação portuguesa na fase final de um Mundial resultou no famoso “caso Saltillo” e numa presença coberta de conflitos de interesses que acabou por abanar toda a estrutura do futebol português. 

Um Mundial para esquecer que contribuiu para a modernização dos alicerces da Selecção.