1928 (AMESTERDÃO) IX JO: Depois de ameaçar presença nos Jogos de 1924, em que desistiu 15 dias antes do início da competição e já depois dos sorteios realizados onde iria defrontar a Suécia na fase preliminar, Portugal fez a sua estreia num grande evento internacional de futebol, uma prova equivalente a um campeonato do mundo.
Para estas Olimpíadas, havia uma grande expectativa em relação à qualidade da equipa de futebol, considerada na altura como uma geração de ouro, com jogadores como Jorge Vieira, Carlos Alves, Vítor Silva, Augusto Silva, Raul “Tamanqueiro”, Valdemar Mota ou o prodigioso “Pepe”.
A comitiva portuguesa
era composta pelos jornalistas Ribeiro dos Reis como Director, Cândido de
Oliveira como Seleccionador / Treinador e Ricardo Ornellas (o criador de “A Equipa de Todos Nós”)
como Treinador. Os guarda-redes eram
António Roquete (CA Casa Pia) e Cipriano
Santos (Sporting CP); os defesas:
Carlos Alves (Carcavelinhos FC),
Jorge Vieira (Sporting CP) e Óscar de
Carvalho (Boavista FC); os médios:
Raul “Tamanqueiro” Figueiredo (SL Benfica), Augusto Silva (CF Os Belenenses), César de Matos (CF Os Belenenses) e Aníbal José (Vitória FC de Setúbal); os avançados:
Waldemar Mota (FC Porto), José Manuel
Soares “Pepe” (CF Os Belenenses), Vítor Silva (SL
Benfica), Armando Martins (Vitória FC
de Setúbal), José Manuel Martins (Sporting
CP), João dos Santos (Vitória FC de
Setúbal), Jorge Tavares (SL Benfica),
Liberto dos Santos (União Foot-Ball
Lisboa) e Alfredo Ramos (CF Os
Belenenses).
Na estreia de Portugal nos
Jogos, tal como a da chama olimpica, o sorteio até beneficiou a equipa lusa
evitando confrontos com selecções mais cotadas, mas obrigou a um jogo
preliminar (A Espanha também esteve para
fazer um jogo preliminar, mas a Estónia desistiu dos Jogos) que podia ditar
o afastamento prematuro da competição. Ainda por cima o jogo era contra o
desconhecido Chile. Aos 16 minutos os lusos já perdiam por 2-0 e para agravar a
situação Armando Martins lesionou-se e na altura não havia substituições. No
entanto, a alma lusitana fez a equipa tocar a reunir enquanto soltava o génio
de “Pepe” e ainda antes do intervalo chegou ao empate para ganhar o direito de
chegar aos oitavos-de-final. 4-2 foi o resultado. Portugal alinhou assim:
PORTUGAL – 4 – CHILE - 2
António Roquete -
Carlos Alves, Jorge Vieira (C) - "Tamanqueiro", Augusto Silva, César Matos - Waldemar Mota
(1), "Pepe" (2), Vítor Silva
(1), Armando Martins, José Manuel Martins.
Portugal jogou
praticamente com os mesmos jogadores em todos os jogos, excepto no jogo com a
Jugoslávia onde entrou João dos Santos para substituir o lesionado Armando
Martins que voltaria no jogo seguinte.
Ultrapassado o “angustiante pesadelo” do primeiro jogo e do espectro da eliminação prematura, Portugal preparou-se para o confronto com a Jugoslávia que, apesar de não ser uma das formações mais cotadas na prova, tinha a experiência de duas participações nesta competição mundial (1920 e 1924).
Foi um jogo duro, complexo
e desgastante, com expulsões de Waldemar Mota e Ivković aos 80 minutos e com o
golo da vitória portuguesa a surgir ao minuto 90 por intermédio de Augusto
Silva. Portugal alinhou assim:
PORTUGAL – 2 – JUGOSLÁVIA - 1
António Roquete -
Carlos Alves, Jorge Vieira (C) - "Tamanqueiro", Augusto Silva (1), César Matos - Waldemar
Mota, "Pepe", Vítor Silva
(1), João dos Santos, José Manuel Martins.
Portugal alinhou:
PORTUGAL – 1 - EGIPTO - 2
António Roquete - Carlos
Alves, Jorge Vieira (C) - "Tamanqueiro", Augusto Silva, César Matos - Waldemar Mota,
"Pepe", Vítor Silva (1), Armando Martins, José Manuel Martins.
As expectativas estavam
altas e foi dificil digerir aquela derrota com os faraós. Principalmente por
estar tão perto das medalhas e nomeadamente pela forma como o Egipto caiu nas
meias-finais perante a Argentina (6-0) - com
quem os lusos tinham empatado antes da competição - e perante a Itália
(11-3) - que os lusos tinham ganho por
4-1 num particular antes da competição - na discussão da Medalha de Bronze.
De qualquer forma só em 1966 outra selecção portuguesa fez um percurso melhor. No Ranking Final a selecção portuguesa ficou em 5.º lugar com os mesmos pontos que o 4.º classificado: O Egipto.
Vítor Silva foi o melhor marcador da Selecção com 3 golos.





