“Nunca mais ponho os pés neste estádio maldito”.
ZOLTAN CZIBOR
A 31 de maio de 1961 o SL Benfica de Béla Guttmann conquistou pela
primeira vez a Taça dos Clubes Campeões Europeus ao vencer o FC Barcelona de Enrique
Orizaola, por 3-2, na final disputada no Wankdorfstadion, Berna, Suiça. O
estádio que se tornou maldito para os húngaros, desde o Mundial de 1954, excepto para Guttmann.
O FC Barcelona reunia o maior grau de favoritismo com um quinteto maravilha
composto pelo espanhol e Bola de Ouro Luis Suárez, os húngaros László Kubala,
Sándor Kocsis, Zoltán Czibor, o brasileiro Evaristo e ainda o Guarda-redes Antoni
Ramallets, perante uma equipa portuguesa que saía inesperadamente do anonimato
para se afirmar na Europa.
Era o SL Benfica do mestre Béla Guttmann que conseguiu reunir um
interessante grupo de jogadores e mentalizá-los em relação às suas qualidades e
capacidades. Costa Pereira, Mário João, Ângelo Martins, José Neto, Germano, Fernando
Cruz, José Augusto, Joaquim Santana, José Águas (cap), Mário Coluna e Domiciano
Cavém foram os “heróis de Berna”.
Nas meias-finais, o SL Benfica afastou os austríacos do SK Rapid
Viena em 2 jogos (3-0 / 1-1), enquanto o FC Barcelona ultrapassou os alemães do
Hamburgo SV em 3 jogos (1-0 / 1-2 / 1-0).
Na final, o FC Barcelona depressa evidenciou a sua superioridade,
com um golo de Kocsis, mas acabou surpreendido pela aplicação e objectividade
dos encarnados que aos 55 minutos venciam por 3-1, com golos de José Águas, Ramallets
na própria baliza e Mário Coluna.
Depois assistiu-se a um exercício de poder dos “blaugrana” que
obrigaram a muita disciplina, espírito de sacrifício e capacidade de superação
por parte das “Águias de Lisboa”.
A combinação da combatividade, da fortuna e das traves, “aquellos
malditos postes”, consentiram apenas mais um golo, aos 75 minutos por Czibor, e
garantiram o primeiro título europeu de um clube português.
José Águas (SL Benfica), com 11 golos, foi o melhor marcador desta
edição da Taça dos Campeões, 1960/61.