No futebol nada está garantido. É um jogo de habilidades com os pés e exploração da inteligência. Muitas vezes a equipa que joga melhor com os pés não ganha à equipa que joga melhor com a cabeça.


quarta-feira, 2 de junho de 2021

TORINO: A Tragédia de Superga

4 de maio de 1949 é a data da Tragédia de Superga. O avião Fiat-G212 da ALI que tinha a bordo 31 pessoas enfrenta um temporal e acaba por embater numa das paredes da Basílica de Superga.

Ninguém sobreviveu, incluindo 18 jogadores do “Grande Torino” (o clube 5 vezes campeão de Itália na década de 40 e um dos grandes da Europa), e entre eles jogadores da selecção transalpina (no final da década de 40, 10 dos 11 títulares da Squadra Azzurra eram jogadores da formação grená), como o melhor de todos Valentino Mazzola.

A equipa do Torino regressava de uma deslocação a Lisboa, onde participou num jogo de homenagem ao capitão do SL Benfica Francisco "Xico" Ferreira (Benfica-4-Torino-3).

Os jogadores que faleceram em Superga: Aldo Ballarin, Danilo Martelli, Dino Ballarin, Eusebio Castigliano, Ezio Loik, Franco Ossola, Giuseppe Grezar, Guglielmo Gabetto, Julius Schubert, Mario Rigamonti, Milo Bongiorni, Piero Operto, Romeo Menti, Rubens Fadini, Ruggero Grava, Virgilio Maroso, Valerio Bacigalupo, Valentino Mazzola.




A TRAGÉDIA DE FURIANI

5 de maio de 1992 é a data da Tragédia de Furiani. Num jogo a contar para as meias-finais da Taça de França de 1991/92, o SC Bastia recebia o Olympique de Marseille de Chris Waddle, Didier Deschamps ou Jean-Pierre Papin, no estádio Armand Cesari, em Furiani - Córsega, e o presidente do Bastia Jean-François Filippi (também presidente da Câmara de Lucciana), tal como já tinha promovido no jogo dos quartos de final com o Nancy, resolveu aumentar a capacidade do estádio com a instalação de uma estrutura metálica desta vez para uma lotação de 9.300 espectadores, para alcançar um total de 18 mil pessoas nas bancadas.

Para o efeito decidiu demolir clandestinamente a Tribuna Norte do estádio e instalar a tal bancada provisória para satisfazer a todos os adeptos. Antes do jogo começar e perante o excesso de adeptos naquela zona, a bancada provisória deficientemente instalada cedeu e acabaram por falecer 18 pessoas e registar 2357 feridos.

Jean-François Filippi acabou assassinado a 26 de dezembro de 1994, antes do início do julgamento sobre a Tragédia de Furiani.





A TRAGÉDIA DE HEYSEL

A 29 de maio de 1985 a Final da Taça dos Campeões Europeus, entre Juventus FC de Giovanni Trapattoni e Liverpool FC de Joe Fagan, disputada no estádio de Heysel, Bruxelas, ficou marcada pela “Tragédia de Heysel”.

A tragédia foi provocada pelos hooligans ingleses. Os adeptos do Liverpool foram colocados nos sectores X e Y enquanto os da Juventus foram distribuídos pelos sectores M, N e O, no topo oposto. A zona Z, adjacente aos apoiantes do clube inglês, devia ser uma zona neutra para os adeptos sem preferência clubística das equipas envolvidas na final. No entanto, muitos destes bilhetes acabaram por ser vendidos no mercado negro a adeptos da “Vecchia Signora”.

Antes do início do desafio, e depois de vários incidentes nas ruas de Bruxelas, cerca de duas centenas de hooligans ingleses encurralaram adeptos italianos no referido sector Z do Heysel, que recuaram até ao fim da arquibancada: as grades que poderiam permitir a evacuação estavam fechadas e a polícia empurrou de volta quem queria fugir.

Prensadas, as pessoas saltaram para o relvado, com o pânico a levar centenas a serem pisadas e esmagadas contra as grades, que cederam e foram derrubadas. Isto para além da utilização de barras de ferro para agredir os rivais.

O resultado foi a morte de 39 pessoas (32 das quais italianas) e mais de 600 feridos.

Esta tragédia obrigou as entidades a enfrentar o hooliganismo e na sequência do ocorrido os clubes ingleses foram banidos das competições europeias durante cinco anos, com o Liverpool a ser penalizado com mais um ano.

Apesar do sucedido, o jogo da final realizou-se mesmo e a Juventus FC de Platini, Boniek, Paolo Rossi, Tardelli, Scirea, conquistou o troféu ao Liverpool FC de Grobbelaar, Whelan, Kenny Dalglish, Ian Rush, ao vencer por 1-0, golo de Michel Platini.










 

EUSÉBIO DA SILVA FERREIRA: A estreia

“Eusébio fez uma exibição notável e marcou grande golo, em lance individual.”

MOURINHO FÉLIX

 

A 1 de junho de 1961 Eusébio da Silva Ferreira fez a sua estreia oficial pelo SL Benfica, num jogo a contar para a Taça de Portugal frente ao Vitória de Setúbal, no qual marcou um golo e falhou um penalty.

A 23 de maio de 1961, Eusébio já se tinha estreado com a camisola encarnada num jogo amigável frente ao Atlético Clube de Portugal, do guarda-redes Bastos, no qual apontou 3 golos na vitória  encarnada por 4-2. “Poderia ter feito melhor. O terreno estava muito molhado”, afirmou Eusébio no fim.

No entanto, a estreia oficial ficou registada num jogo a contar para a segunda mão dos oitavos de final da Taça de Portugal, no Campo dos Arcos, em Setúbal, frente ao Vitória FC.

O SL Benfica tinha acabado de conquistar a Taça dos Clubes Campeões Europeus e por isso a equipa principal não estava disponível para realizar o encontro no dia seguinte, no entanto, o Vitória de Setúbal recusou adiar o jogo quando na primeira mão tinha perdido por 3-1, e assim o “Clube da Luz” teve que se apresentar com a equipa de reservas onde se encontrava Eusébio por questões relacionadas com o processo de inscrição.

O Vitória de Setúbal acabou por vencer por 4-1, com 2 golos de Quim e outros 2 de Pompeu, dando a volta à eliminatória. Eusébio marcou o seu primeiro golo oficial, aos 64 minutos, batendo o Guarda-redes sadino Mourinho Félix que, por seu lado, defendeu um penalty do “Pantera Negra”, aos 73 minutos, quando o resultado estava em 3-1.

A 10 de junho de 1961, na última jornada da época 60/61, Eusébio estreou-se pela equipa principal e no campeonato nacional, num jogo frente ao “Os Belenenses” disputado no Restelo em que o SL Benfica venceu por 4-0, tendo marcado o seu primeiro golo na história da competição aos 30 minutos, sagrando-se também Campeão Nacional.
















 

segunda-feira, 31 de maio de 2021

SL BENFICA 1961 - Taça dos Campeões 60/61


“Nunca mais ponho os pés neste estádio maldito”.

ZOLTAN CZIBOR


A 31 de maio de 1961 o SL Benfica de Béla Guttmann conquistou pela primeira vez a Taça dos Clubes Campeões Europeus ao vencer o FC Barcelona de Enrique Orizaola, por 3-2, na final disputada no Wankdorfstadion, Berna, Suiça. O estádio que se tornou maldito para os húngaros, desde o Mundial de 1954, excepto para Guttmann.

O FC Barcelona reunia o maior grau de favoritismo com um quinteto maravilha composto pelo espanhol e Bola de Ouro Luis Suárez, os húngaros László Kubala, Sándor Kocsis, Zoltán Czibor, o brasileiro Evaristo e ainda o Guarda-redes Antoni Ramallets, perante uma equipa portuguesa que saía inesperadamente do anonimato para se afirmar na Europa.

Era o SL Benfica do mestre Béla Guttmann que conseguiu reunir um interessante grupo de jogadores e mentalizá-los em relação às suas qualidades e capacidades. Costa Pereira, Mário João, Ângelo Martins, José Neto, Germano, Fernando Cruz, José Augusto, Joaquim Santana, José Águas (cap), Mário Coluna e Domiciano Cavém foram os “heróis de Berna”.

Nas meias-finais, o SL Benfica afastou os austríacos do SK Rapid Viena em 2 jogos (3-0 / 1-1), enquanto o FC Barcelona ultrapassou os alemães do Hamburgo SV em 3 jogos (1-0 / 1-2 / 1-0).

Na final, o FC Barcelona depressa evidenciou a sua superioridade, com um golo de Kocsis, mas acabou surpreendido pela aplicação e objectividade dos encarnados que aos 55 minutos venciam por 3-1, com golos de José Águas, Ramallets na própria baliza e Mário Coluna.

Depois assistiu-se a um exercício de poder dos “blaugrana” que obrigaram a muita disciplina, espírito de sacrifício e capacidade de superação por parte das “Águias de Lisboa”.

A combinação da combatividade, da fortuna e das traves, “aquellos malditos postes”, consentiram apenas mais um golo, aos 75 minutos por Czibor, e garantiram o primeiro título europeu de um clube português.

José Águas (SL Benfica), com 11 golos, foi o melhor marcador desta edição da Taça dos Campeões, 1960/61.












quinta-feira, 22 de abril de 2021

FUTEBOL E RÁDIO


 

A 22 de janeiro de 1927 o mundo ouviu pela primeira vez uma transmissão radiofónica de um jogo de futebol com Henry Teddy Wakelam a fazer o relato.

Até então, o futebol só podia ser vivido ao vivo, nos estádios. Aconteceu em Inglaterra e, nesse dia, a BBC deu um passo gigante ao levar o jogo Arsenal-Sheffield United para dentro da casa das pessoas.

O produtor Lance Sieveking decidiu dividir o campo com oito quadrados para que o locutor Wakelam pudesse situar o relato o mais fielmente possível.

O resultado foi um empate a um golo e Charlie Buchan, dos Gunners, foi o primeiro jogador a ter um golo narrado pelas ondas radiofónicas. Billy Gillespie, do Sheffield, foi o segundo.

Ouvir futebol na rádio, permite-nos ver um jogo só nosso.



segunda-feira, 19 de abril de 2021

JORGE VALDANO CASTELLANOS

Tenho mais medo do sucesso do que do fracasso. O sucesso torna-nos tão seguros de nós mesmos que não analisamos os factores que nos levam a esse sucesso. Em vez disso, no fracasso há um erro que não se esconde que nos faz reflectir e nesse processo há aprendizagem e isso nos torna melhores.

Nadei o oceano todo para me afogar na praia (Não foi convocado para o Mundial 90).”

Em nenhum lugar aprendi tanto de mim e dos meus semelhantes como num campo de futebol.

"Tento não comparar Messi a Maradona, mas o Messi não está a ajudar."

"Não cortas o nariz só para irritar o rosto."

"O futebol é a recuperação semanal da infância."

"A liderança tem duas formas extremas de exercer o seu poder: inspirando medo ou inspirando afecto."

"O talento é apenas um bom ponto de partida."

Eu amo o futebol porque é o oposto da ciência: contraditório, primitivo, emocional.”

Além de tudo, nenhuma bola teve uma experiência melhor do que quando estava no pé esquerdo de Maradona.

Toda a equipa que trata bem a bola, trata bem o espectador.”

Não podes jogar com Riquelme sem jogar para Riquelme.”

O sucesso massaja-nos o ego.”

O futebol é a coisa mais importante entre as coisas menos importantes.”

Se uma tartaruga foge as outras não a alcançam."

Encontrar um bode expiatório para cada fracasso: É o segredo para ganhar dinheiro com o futebol, sem jogar futebol.

Estar endeusado é justificável quando jogamos como um deus.”

“Jogar contra uma equipa que só defende é como fazer amor com uma árvore.”

Pellegrini é um excelente treinador, mas, às vezes, a excelência deve sacrificar-se em benefício da rentabilidade."

Mortas as ideologias, o mundo ficou na mão de gente prática que anula cérebros sob montanhas de nada.”

Quem ganha credibilidade economiza palavras.”

Os grandes líderes acreditam em si mesmos acima de qualquer receita, e a partir dessa força interior, transmitem e contagiam.

Os sonhos são um território habitado por um inconformista, não por um ilusionista.

A humildade sabe ouvir, gera empatia e gera confiança.

A essência de uma boa equipa é que outro compense o que a um faça falta.”

Uma equipa pode ser um bom lugar para exaltar as virtudes ou um bom esconderijo para não cumprir com as responsabilidades.”

"Cristiano é o ego mais rentável da história do futebol. Tem uma confiança em si mesmo extraordinária e converte isso tudo numa grande capacidade de superação. Existe gente que o ego causa confusão e acabam por ter excesso de confiança. Ele coloca-o a trabalhar todas as semanas."

"Tenho medo que o futebol perca a sua parte selvagem, porque acho que é isso que o torna tão especial. Há um animal escondido em todos nós que precisamos satisfazer de alguma forma e o futebol serve para isso. A tecnologia é o oposto de selvajaria e, além disso, é muito invasivo. Mas o VAR traz mais um ponto de justiça e com isso é muito difícil discordar".

É muito difícil que façam parte da mesma competição clubes que têm o mundo como mercado e os clubes que têm como mercado a sua cidade. A Superliga é uma luta do futuro contra a tradição, e na guerra entre a novidade e a tradição, a novidade vence quase todos os dias”.

JORGE VALDANO





terça-feira, 23 de março de 2021

KAZUYOSHI MIURA: King Kazu

Segundo o IFFHS (International Federation of Football History & Statistics), o japonês KAZUYOSHI MIURA é o primeiro futebolista a jogar em 5 décadas. Começou nos anos 80 (1986) no Brasil com contrato no Santos FC e terminou no Japão a jogar 1 minuto na década de 20 (2021) pelo Yokohama FC.

“King Kazu” já detinha o recorde de longevidade ao superar o feito de Stanley Matthews que jogou até aos 50 anos e 5 dias na Liga Inglesa. 




 

domingo, 21 de março de 2021

DIEGO ARMANDO MARADONA


"Sou completamente esquerdista, de pé, de fé e de cérebro."

"Quando me dizem que sou Deus, respondo que estão enganados. Sou um simples jogador de futebol. Deus é Deus e eu sou Diego."

"A droga é o que há de pior no mundo, mas os que mandam estão todos metidos com ela. Se não consomem calam-se com o dinheiro do narcotráfico."

"Ganhar ao River Plate é como ganhar um beijo de bom dia de uma mãe após acordar."

"A primeira vez que me droguei foi na Europa, em 1982. Tinha 22 anos e foi para provar como era."

"Na Itália rica pensam que Nápoles é no norte da África."

"Se Pelé é Beethoven, eu sou Ron Wood, Keith Richards e Bono, todos juntos."

"Muitos dizem que marquei com a mão [golo à Inglaterra em 1986]. Eu digo que o fiz com a cabeça e a mão de Deus."

"As minhas filhas legítimas são a Dalva e a Giannina. Os outros são filhos ou do meu dinheiro ou de algum equívoco."

"Eu conheci o ser pobre. É mau e difícil. Não o recomendo a ninguém. Se queremos um monte de coisas devemos conformar-nos apenas em sonhá-las."

"De repente saí de Villa Fiorito e fui parar ao topo do Universo. Onde tive de me desenrascar sozinho."

"Nunca imaginei que haveria gente que se alegrasse com a minha tristeza."

"Se as minhas filhas chorarem duas ou três vezes por causa dos namorados, eles vão sofrer um acidente..."

"Não sou contra os homossexuais. Acho que até é melhor que existam porque assim deixam as mulheres livres para os que são machos de verdade."

"Cometi erro de um metro não podem culpar-me de 30 mil km."

"Puseram-me várias alcunhas, mas Pelusa (por causa da cabeleira) é a de que mais gosto. Devolve-me à infância em Fiorito e faz-me recordar os Cebollitas quando jogávamos só pela Coca-Cola e a sandes. Isso era mais puro."

"A página de Havelange na Internet chama-se ‘ladrão.com’."

"Blatter quer-me como a um filho? Só se for como filho da puta."

"O futebol devia ser dirigido pelos jogadores. Os dirigentes só querem roubar o dinheiro dos clubes e sair nas fotografias."

"Eu errei e paguei, mas a bola não se sujou."

"Pressão sofre quem acorda às 5 da manhã para trabalhar e ganhar 10 pesos. Não é o caso de quem, como nós, anda em BMW ou Mercedes Benz."

"Um dia (em 1996, antes de deixar de jogar) a Giannina perguntou-me: ‘Papá, quando vais voltar a jogar como nos vídeos?’ Acabou comigo."

"Mil desculpas aos ingleses. Sinceramente. Mas voltaria a fazê-lo mais mil vezes. Eu roubei a bilheteira sem que dessem conta."

"Ganhar à Inglaterra foi mais do que vencer uma equipa de futebol. Derrotámos um país. Dissemos que o desporto nada tinha a ver com as Malvinas, mas sabíamos que, na guerra, morreram muitos argentinos, baleados como pássaros. Aquilo foi a nossa vingança."

"Na final do Mundial’90 roubaram-nos antes de jogar."

"Quando fui afastado do Mundial’94 foi como se me tivessem cortado as pernas."

"Aconteça o que acontecer, a camisola 10 da seleção argentina será minha... Para sempre!"

"Drogo-me mas nunca vendi cocaína. Como narcotraficante morro de fome."

"Estou a perder para as drogas por KO."

"Ao princípio a droga põe-te eufórico. É como ser campeão. E pensas: que importa o amanhã se hoje ganhei o campeonato."

"Lá na clínica (de psiquiatria, onde procurava deixar a cocaína) um diz que é Napoleão e outro pensa que é San Martín (herói da independência argentina). Quando digo que sou o Maradona eles não acreditam."

Peço-vos apenas que me deixem viver a minha própria vida. Nunca quis ser um exemplo."

"Que jogador teria sido se não fosse a cocaína."

Sou um privilegiado mas só porque Deus quis. Deu-me essa habilidade, razão pela qual faço o sinal da cruz quando entro em campo. Se não o fizesse ia achar que estava a traí-lo."

"É evidente que tenho linha direta com o Barbas (Deus)."

Acho que o Barbas (Deus) desligou a tomada e depois voltou a ligar.

"Bush é um assassino. Prefiro ser amigo de Fidel Castro."

"Fidel é um político que os tem no sítio. E não descobriu nada: lambemos as botas dos ianques há muito tempo."

"Tenho uma vantagem sobre os políticos. Eles são públicos, eu sou popular."

"Morro de vontade de conhecer o Pelé. Fico satisfeito se tiver cinco minutos com ele. Se forem dez, sentir-me-ei como Gardel (símbolo máximo do tango argentino)."

"Eu sabia que Pelé era um Deus como jogador. Agora que o conheci, sei que também o é como pessoa."

"O Pelé fala de mais. Para honrar o seu prestígio teria de calar a boca."

"Aquele crioulo é muito feio. Eu sou muito mais bonito do que ele."

"Quem foi o melhor? A minha mãe diz que fui eu. A mãe dele (Pelé) acha que foi ele."

A minha mãe acha que sou o melhor. E eu fui criado para acreditar sempre no que a minha mãe me diz.

Messi marca um golo e comemora. Cristiano marca um golo e posa como se estivesse a fazer publicidade a um shampoo.

"Tenho memória. Para aqueles que não acreditavam em mim e na seleção, com o perdão das damas, chupem e continuem chupando. Mamem aqui... Sou branco ou preto. Cinzento nunca serei."

"Se formos campeões do Mundo, darei uma volta ao Obelisco (principal monumento de Buenos Aires) todo nu."

"Em breve farei 50 anos. Será a celebração mais difícil que terei. É como se tivesse levado um direto do Mohammad Ali. Não tenho forças para nada (depois dos 0-4 com a Alemanha)."

O problema é que são todas estrelas no Real Madrid. Precisa de alguém para carregar a água até o poço.”

A raiva é o meu combustível.”

Se eu morrer, quero nascer de novo e quero ser jogador de futebol. E eu quero ser Diego Armando Maradona novamente.” 

Jogar sem público é como jogar num cemitério.

Joguei num Barcelona-Real Madrid, mas o Boca-River é diferente. É como dormir com a Julia Roberts.

Foi um belo golo, mas não é uma maravilha. Raquel Welch é uma maravilha, mas não é um belo golo.

Existe uma mulher Maradona? Sim, Ornella Muti.

Podem forçar-me a pagar, mas não podem obrigar-me a gostar.”

"Eu cresci num condomínio privado... privado de luz, de água, de telefone."

O Boca tem menos definição do que a televisão que tínhamos em Villa Fiorito”.

"Chegar à área e não poder rematar à baliza é como dançar com a nossa irmã."

O juiz Bernasconi é muito rápido. É capaz de colocar um supositório numa lebre a correr.

O Verón na seleção nacional tem mais faltas que a minha filha Gianinna na escola.

Oscar Ruggeri é capaz de roubar o leite do prato de seu próprio gato”.

James Cheek é o tipo que deixou a tartaruga fugir.

“Júlio Grondona deixou fugir uma tartaruga côxa.

Guillermo Coppola é muito esperto. Ele consegue fumar até debaixo d'água.

Estou a trabalhar bem fisicamente. O Ben Johnson quer que eu seja mais rápido que um espirro.”

A rinoscopia, o cabelo curto…. Um dia os jogadores da seleção vão coçar as “bolas” e Daniel Passarella manda cortá-las.”

Bilardo conhece-me há 30 anos e tem medo de mim. Quem sou eu, o Freddy Krugger?

O dia em que as minhas filhas me perguntem por algum exemplo de um Homem grande, eu direi Bilardo.”

Parece que matei um japonês. Não fui eu que lancei uma bomba nuclear sobre eles. Se querem salvaguardar os japoneses, deveriam impedir a entrada de jogadores americanos.

Nunca digas merda antes do jogo” defendia Maradona. El Loco Gatti do Boca Juniors declarou antes de um jogo contra o Argentinos Juniors: “Maradona não é grande coisa. É um gordito, uma invenção dos jornalistas”. No final do jogo: Argentinos Juniors 5 - 3 Boca Juniors, com 4 golos de Maradona.

DIEGO ARMANDO MARADONA


Primeiro golo de Maradona contra El Loco Gatti
 





MARTIM CERERÊ, JOGADOR DE FUTEBOL

O pequenino vagabundo joga a bola

e sai correndo atrás da bola que salta e rola.

Já quebrou quase todas as vidraças,

Inclusive a vidraça azul daquela casa

onde o sol parecia um arco-íris em brasa.

Os postes estão hirtos de tanto medo.

(O pequenino vagabundo não é brinquedo...)

 

E quando o pequenino vagabundo

cheio de sol, passa correndo entre os garotos,

de blusa verde-amarela e sapatos rotos,

aparece de pronto um guarda policial,

o homem mais barrigudo deste mundo,

com os seus botões feitos de ouro convencional,

e zás! carrega-lhe a bola!

“Estes marotos precisam de escola...”

 

O pequenino vagabundo guarda nos olhos,

durante a noite toda, a figura hedionda

do guarda metido na enorme farda

com aquele casaco comprido todo chovido

de botões amarelos.

 

E na sua inocência improvisa os mais lindos castelos;

e vê, pela vidraça,

a lua redonda que passa, imensa,

como uma bola jogada no céu.

“É aquele Deus, com certeza,

de que a vovó tanto fala.

 

Aquele Deus, amigo das crianças,

que tem uma bola branca cor de opala

e tem outra bola vermelha cor do sol;

que está jogando noite e dia futebol

e que chutou a lua agora mesmo

por trás do muro e, de manhã, por trás do morro,

chuta o sol...

 

CASSIANO RICARDO