No futebol nada está garantido. É um jogo de habilidades com os pés e exploração da inteligência. Muitas vezes a equipa que joga melhor com os pés não ganha à equipa que joga melhor com a cabeça.


segunda-feira, 15 de março de 2021

CRISTIANO RONALDO


"Quando fazíamos asneiras ou faltávamos às aulas, o castigo era descarregar o caixote do lixo, que lhe chamávamos Ferrari. Quando lhe calhava a ele, o Cristiano dizia sempre que um dia ia ter um Ferrari a sério."

FÁBIO FERREIRA

“Levar o Ferrari era uma coisa muito engraçada e motivo de gozo dos restantes jogadores. Quem o levasse tinha de carregar um caixote do lixo grande, para o ir despejar e as vezes em que o castigo calhava ao Cristiano, e todos começavam a gozar com ele, dizia a quem se ria: “Um dia vou ter um Ferrari a sério e vão ficar todos a olhar para mim.”

EDGAR MARCELINO

“Metas são uma parte essencial de quem eu sou. Não consigo parar de correr atrás de mais, quero sempre mais e mais.”


Mais importante que o número de quedas que tenhas na vida, é a forma rápida e forte como te consegues levantar... os verdadeiros campeões nunca quebram!

É verdade que o passado pertence aos museus, mas, felizmente, o futebol tem memória... e eu também.”

 

"O vosso amor torna-me mais forte, o vosso ódio faz de mim imparável".

 

Eu vivo um sonho do qual nunca quero acordar.

 

O talento não é tudo. Podes ter talento desde o berço, mas é necessário aprender a sofrer para ser o melhor. Talento sem trabalhar duro não vale nada.”

 

Eu também tenho os meus defeitos, mas sou um profissional que não gosta de falhar ou de perder.”

 

Ficaria muito orgulhoso se, um dia, fosse tido na mesma estima que o George Best ou o Beckham. É para isso que trabalho no duro.”

 

"O que incomoda as pessoas é o meu brilho, insectos só atacam lâmpadas que brilham."

 

"Não queremos falar dos nossos sonhos. Queremos mostrá-los."

 

Se não acreditas que és o melhor, então nunca alcançarás tudo do que és capaz.

 

Não sou perfeccionista, mas gosto de sentir que as coisas estão a ser bem feitas. Mais importante do que isso, sinto uma necessidade infinita de aprender, de melhorar, de evoluir.”

 

Nunca tentei esconder o facto de que a minha intenção é ser o melhor.”

 

Marcar golos é uma sensação óptima, mas o mais importante para mim é que a equipa tenha sucesso - não importa quem marca os golos, desde que vamos ganhando.”

 

Vejo o futebol como uma arte e todos os jogadores são artistas. Se fores um artista de top, a última coisa que farias era pintar um quadro que outra pessoa já tenha pintado.”

 

Quando cheguei, o manager perguntou-me qual era o número que eu queria. Eu disse 28. Mas Ferguson disse: 'Não, vais ficar com o n.º 7' - e a famosa camisola foi uma fonte extra de motivação. Fui forçado a viver de acordo com essa honra.”

 

Não tenho que mostrar nada a ninguém. Não há nada a provar.”

 

Existem pessoas por aí que me odeiam e dizem que sou arrogante, vaidoso e sei lá o quê. Tudo isso faz parte do meu sucesso. Eu fui feito para ser o melhor.”

 

Acho que às vezes o melhor treino é o descanso.”

 

Não podemos viver obcecados com o que as outras pessoas pensam de nós. É impossível viver assim. Nem mesmo Deus consegue agradar a toda a gente.”

 

Não deixes que pequenos obstáculos te impeçam de ser um ganhador. Lembra-te que és mais forte do que os desafios que tens de enfrentar.

 

"Os sonhos não são o que vês durante o sono, os sonhos são aquelas coisas que não te deixam dormir."

 

Se achas que já és perfeito, então nunca vais ser.


Na minha cabeça, eu sou o melhor. Se não pensarmos assim não temos ambição. Eu tenho de pensar que, na minha profissão, eu sou o melhor. Posso não ser, mas na minha cabeça eu sou o melhor.”

 

Sou o melhor jogador da história - nos bons e nos maus momentos.”

 

"Não entendo os árbitros. Parece que alguns jogadores nem podem ser tocados, mas no meu caso, todos podem fazer o que quiserem."

 

Eu realmente gosto de me colocar sob pressão para ver o que sou capaz de fazer.

 

Eu respeito as vossas opiniões. Talvez na vossa opinião o Messi seja melhor do que eu. Mas, na minha cabeça, eu sou melhor do que ele.”

 

"Eu não tenho qualquer dúvida de que ele (Messi) me faz melhor jogador e eu o faço melhor jogador a ele. As rivalidades são boas, são saudáveis, seja no futebol como noutros desportos."

 

Os golos são como o ketchup. Quando aparece, aparece tudo de uma vez.

 

Penso que por ser rico, bonito e um grande jogador as pessoas têm inveja de mim. Não encontro outra explicação.”

 

Eu nunca recusei um autógrafo, foto ou abraço. Também fui um fã do futebol.”

 

Sem disciplina, o talento não serve para nada.”

 

Na vida, nada é impossível. É só lutar dia a dia pelos teus sonhos.”

 

Vencer – É o mais importante para mim. É tão simples como isso.”

 

As pessoas falam muito, falam muito mas não dizem nada.”

 

Quando era miúdo jogava pela diversão, mas na minha cabeça eu sabia que tinha potencial. Que podia ser o melhor jogador do mundo. Quando cheguei a Manchester, foi quando comecei a acreditar realmente.”

 

Desde dos 14 ou 15 anos sabia que era especial, diferente dos outros rapazes porque fazia coisas diferentes. Quando estava no Manchester United, onde comecei a jogar com jogadores incríveis como Robbie Keane, Ferdinand ou Van Nistelrooy, dei conta do talento que tinha e de que poderia ganhar a Bola de Ouro.”

 

Não vejo muitas pessoas com o meu talento, a minha dedicação, o meu trabalho, a minha ética ou o meu futebol. Ninguém vai ser comparado a mim, ninguém vai ser como o Cristiano Ronaldo."

 

"Não é só o trabalho de ginásio, como pensam alguns, é um conjunto de coisas. Nenhum futebolista faz o que eu sou capaz de fazer e eu faço coisas que os outros não podem fazer. Não há nenhum jogador mais completo do que eu."

 

Respeito as preferências de todas as pessoas, mas não vejo ninguém melhor do que eu. As pessoas podem preferir o Messi ou o Neymar, mas nenhum é mais completo do que eu."

 

Eu vejo o futebol como uma missão: entrar em campo, ganhar, tornar-me melhor. Esses momentos em que entrava em campo a pensar “vou driblar!”... Vou ser honesto: esses momentos eu já não os tenho.”

 

Não acredito que achem que eu seja um robot, mas sim que me vejam como uma pessoa que não pode ter um problema, nunca pode estar triste, nunca pode ter preocupações. Identificam não ter problemas, com o sucesso, com o dinheiro. Como é possível que o Cristiano esteja triste ou desanimado se tem milhões?


“Eu não persigo recordes, eles é que me perseguem.”

 

CRISTIANO RONALDO








sábado, 13 de março de 2021

LEO MESSI: Quique Setién


“Há jogadores que não são fáceis de gerir. Entre eles Leo Messi, é verdade. Devemos também ter em mente que ele é o melhor jogador de todos os tempos. E quem sou eu para o modificar! Se há anos o aceitam como é e não o mudaram ... ".

"Leo é muito reservado, mas faz-te ver as coisas que ele quer. Ele não fala muito, sim, mas olhar, olha..."

QUIQUE SETIÉN


LIONEL MESSI

O leão não se preocupa com a opinião das ovelhas.”

 

As melhores decisões não são tomadas com a tua mente, mas com o teu instinto.”

 

Existem coisas mais importantes na vida do que ganhar ou perder um jogo.”

 

Às vezes, tens que aceitar que não podes vencer sempre.”

 

Quando a época começa, o objetivo é que a equipa vença, os recordes pessoais são secundários.”

 

Todos os anos tento crescer como jogador e não ficar preso a uma rotina. Tento melhorar o meu jogo em todos os sentidos possíveis. Mas essa característica não é algo que tenha trabalhado, faz parte de mim. ”

 

A constância do meu sucesso? Acho que é o meu desejo de melhorar sempre, de querer sempre mais, de ser sempre o meu principal crítico e aceitar o que é bom e o que é mau.”

 

Algo profundo no meu carácter permite-me encaixar os golpes e seguir em frente para tentar vencer.”

 

Eu começo cedo e fico até tarde, dia após dia, ano após ano. Levei 17 anos e 114 dias para me tornar um sucesso da noite para o dia.”

 

No futebol como numa relojoaria, talento e elegância não significam nada sem rigor e precisão.

 

Nunca penso acerca do jogo nem visualizo nada. Eu faço o que sai no momento. Instinto. Sempre foi assim.”

 

Os golos só são importantes se ganharem jogos.”

 

Prefiro ganhar títulos com a equipa do que prémios individuais ou marcar mais golos do que qualquer outra pessoa. Estou mais preocupado em ser uma boa pessoa do que em ser o melhor jogador de futebol do mundo.

 

Não preciso do melhor penteado ou do melhor corpo. Dê-me apenas uma bola para o pé e eu mostro-lhe o que sou capaz de fazer.”

 

Algumas pessoas dizem que o meu estilo de jogo é inato, mas não tenho a certeza se sou eu ou não. Honestamente, eu jogo por instinto. Em campo, estou sempre à procura do melhor movimento ou da melhor decisão em qualquer momento. Nunca faço o que o oponente espera.”

 

Podes superar qualquer coisa, apenas e se tiveres a paixão suficiente.”

 

Tens que lutar para alcançar o teu sonho. Tens de te sacrificar e trabalhar duro para isso.”

 

O dia em que pareça que não há nada para melhorar será o dia mais triste para qualquer jogador”.

 

Num penalty tens muito mais a perder do que a ganhar. Aí o guarda-redes sente-se mais cómodo, se a bola entra é normal, é um penalty. O que marca está mais obrigado a marcar do que o guarda-redes a defender.

 

LEO MESSI






 

segunda-feira, 8 de março de 2021

PRIMEIRO JOGO OFICIAL E PRIMEIRO TROFÉU


A 2 de Março de 1894, Pinto Basto, por Lisboa, e Nicolau de Almeida, pelo Porto, organizaram o primeiro "match" de futebol entre Porto e Lisboa e o primeiro jogo de futebol realizado em Portugal com registo oficial e um troféu (A Taça D. Carlos I).

Nos festejos do quinto centenário do Infante D. Henrique, defrontaram-se o Foot-ball Club Lisbonense e o Foot-ball Club do Porto. O jogo foi no campo do Oporto Cricket and Lawn-Tennis Club  no Campo Alegre - Porto e ganhou a equipa de Lisboa por 1-0.

Curiosamente o jogo teve de ir a prolongamento, não por causa do resultado mas porque o rei D. Carlos I, a rainha D. Amélia e os filhos D. Afonso e D. Manuel, provenientes de Lisboa, chegaram muito atrasados e o jogo teve de se alongar por 15 minutos a pedido da rainha.

Lisboa alinhou com: Guilherme Ferreira Pinto Basto (cap.); M. Keating e R. Locke; CD Rankin, Clyde de Barley, Arthur Paiva Raposo; João Ribeiro Pereira (ou F. Palmer), Affonso Villar, J. Pittuck, J. Thompson, Carlos Villar.

O Porto alinhou com: MacGeock; F. Guimarães, A. Nugent; Arthur Dagge, MacMillen, Eduardo Kendall; F.H. Ponsonby (cap.), Adolfo Ramos, McKechnie, R. Ray, Alfredo Kendall.




 

PENALTY



Se algum jogador intencionalmente derrubar ou segurar um adversário, ou jogar deliberadamente a bola com a mão, a menos de 12 jardas da sua linha de golo, o árbitro atribuirá à outra equipa um pontapé de penalidade, a ser executado de qualquer ponto a 12 jardas da linha de golo e nas seguintes condições: todos os jogadores, à excepção do executante da falta e do guarda-redes, têm de permanecer atrás da bola e a pelo menos seis jardas dela. A bola entrará em jogo assim que pontapeada. Pode ser marcado golo através desse pontapé de penalidade.”

“A PROPOSTA IRLANDESA”

 

A 3 de Março de 1891 o International Football Board (IFB) aprovou a regra da grande penalidade no futebol, sugerida pelo Guarda-redes irlandês William McCrum, do Milford FC, que designou o movimento como “um pontapé de penalidade, a ser executado de qualquer ponto a 12 jardas da linha de golo”.

Até aquela altura as faltas cometidas próximas da baliza (Não havia área de baliza) eram penalizadas com livres indirectos e fáceis de contrariar.

Inicialmente, a proposta não foi bem recebida ao ponto de ser considerada como uma “falta de cavalheirismo” e até ridicularizada pelos próprios membros do International Football Board, como era habitual em relação a todas as inovações drásticas que surgiam.

No entanto, a 14 de Fevereiro de 1891, nos quartos-de-final da Taça de Inglaterra, no último minuto do jogo entre Notts County e o Stoke City e com o resultado em 1-0, Jack Hendry do Notts County cortou uma bola com a mão em cima da linha de golo. Na conversão do livre indirecto, a equipa do Stoke não conseguiu ultrapassar a barreira de jogadores adversários formada em cima da linha de golo e foi eliminado da Taça. O lance não passou despercebido e até o árbitro fez questão de fazer uma referência ao sucedido no relatório do jogo.

Perante esta evidência, o International Football Board voltou a discutir a “proposta irlandesa” de McCrum e desta vez aprovou a lei XIV do futebol ou seja a regra do Penalty. 

A 22 de agosto de 1891, Alex McCall, do Renton e contra o Leith Athletic num jogo da Liga escocesa, converteu o primeiro penalty da história.

Milford FC e William McCrum
 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

O FUTEBOL NOS JOGOS OLIMPICOS (A estreia de Portugal)

1928 (AMESTERDÃO) IX JO: Depois de ameaçar presença nos Jogos de 1924, em que desistiu 15 dias antes do início da competição e já depois dos sorteios realizados onde iria defrontar a Suécia na fase preliminar, Portugal fez a sua estreia num grande evento internacional de futebol, uma prova equivalente a um campeonato do mundo. 

Para estas Olimpíadas, havia uma grande expectativa em relação à qualidade da equipa de futebol, considerada na altura como uma geração de ouro, com jogadores como Jorge Vieira, Carlos Alves, Vítor Silva, Augusto Silva, Raul “Tamanqueiro”, Valdemar Mota ou o prodigioso “Pepe”.

A comitiva portuguesa era composta pelos jornalistas Ribeiro dos Reis como Director, Cândido de Oliveira como Seleccionador / Treinador e Ricardo Ornellas (o criador de “A Equipa de Todos Nós”) como Treinador. Os  guarda-redes eram António Roquete (CA Casa Pia) e Cipriano Santos (Sporting CP); os defesas: Carlos Alves (Carcavelinhos FC), Jorge Vieira (Sporting CP) e Óscar de Carvalho (Boavista FC); os médios: Raul “Tamanqueiro” Figueiredo (SL Benfica), Augusto Silva (CF Os Belenenses), César de Matos (CF Os Belenenses) e Aníbal José (Vitória FC de Setúbal); os avançados: Waldemar Mota (FC Porto), José Manuel Soares “Pepe” (CF Os Belenenses), Vítor Silva (SL Benfica), Armando Martins (Vitória FC de Setúbal), José Manuel Martins (Sporting CP), João dos Santos (Vitória FC de Setúbal), Jorge Tavares (SL Benfica), Liberto dos Santos (União Foot-Ball Lisboa) e Alfredo Ramos (CF Os Belenenses).

Na estreia de Portugal nos Jogos, tal como a da chama olimpica, o sorteio até beneficiou a equipa lusa evitando confrontos com selecções mais cotadas, mas obrigou a um jogo preliminar (A Espanha também esteve para fazer um jogo preliminar, mas a Estónia desistiu dos Jogos) que podia ditar o afastamento prematuro da competição. Ainda por cima o jogo era contra o desconhecido Chile. Aos 16 minutos os lusos já perdiam por 2-0 e para agravar a situação Armando Martins lesionou-se e na altura não havia substituições. No entanto, a alma lusitana fez a equipa tocar a reunir enquanto soltava o génio de “Pepe” e ainda antes do intervalo chegou ao empate para ganhar o direito de chegar aos oitavos-de-final. 4-2 foi o resultado. Portugal alinhou assim:

PORTUGAL – 4 – CHILE - 2

António Roquete - Carlos Alves, Jorge Vieira (C) - "Tamanqueiro", Augusto Silva, César Matos - Waldemar Mota (1), "Pepe" (2), Vítor Silva (1), Armando Martins, José Manuel Martins.

Portugal jogou praticamente com os mesmos jogadores em todos os jogos, excepto no jogo com a Jugoslávia onde entrou João dos Santos para substituir o lesionado Armando Martins que voltaria no jogo seguinte.

Ultrapassado o “angustiante pesadelo” do primeiro jogo e do espectro da eliminação prematura, Portugal preparou-se para o confronto com a Jugoslávia que, apesar de não ser uma das formações mais cotadas na prova, tinha a experiência de duas participações nesta competição mundial (1920 e 1924). 

Foi um jogo duro, complexo e desgastante, com expulsões de Waldemar Mota e Ivković aos 80 minutos e com o golo da vitória portuguesa a surgir ao minuto 90 por intermédio de Augusto Silva. Portugal alinhou assim:

PORTUGAL – 2 – JUGOSLÁVIA - 1

António Roquete - Carlos Alves, Jorge Vieira (C) - "Tamanqueiro", Augusto Silva (1), César Matos - Waldemar Mota, "Pepe", Vítor Silva (1), João dos Santos, José Manuel Martins.


Portugal estava a escrever a sua história na competição e o sonho de estar entre as 8 melhores tinha sido alcançado. Agora os quartos-de-final, com o sorteio a afastar as selecções mais cotadas e a colocar os nordeste-africanos do Egipto no caminho. Egipto que tinha afastado a Turquia com um resultado de 7-1 e tal como a Jugoslávia já tinha a experiência de duas participações nesta competição mundial (1920 e 1924). 

No entanto, o grupo parece ter criado um excesso de confiança perante o adversário, evidente nos relatos: “Uma equipa de paxás com um ataque velocíssimo no qual pontificam quatro negros”. 

A verdade é que o Egipto apostou na consistência defensiva (os tais paxás estáticos) e na velocidade do contra-ataque (os velocistas), obrigando os portugueses a chocar com um muro, a desperdiçar oportunidades, a desgastar energias e a perder discernimento. 

Os egipcios adiantam-se no marcador ainda na primeira parte e chegam a 2-0 no início da segunda, Vitor Silva reduz para 2-1 aos 76 minutos e Waldemar Mota ainda reclama um golo que o árbitro italiano Giovanni Mauro não confirma por considerar que a bola não tinha ultrapassado a linha de golo por completo. A viagem terminava ali.

Portugal alinhou:

PORTUGAL – 1 - EGIPTO - 2

António Roquete - Carlos Alves, Jorge Vieira (C) - "Tamanqueiro", Augusto Silva, César Matos - Waldemar Mota, "Pepe", Vítor Silva (1), Armando Martins, José Manuel Martins.


As expectativas estavam altas e foi dificil digerir aquela derrota com os faraós. Principalmente por estar tão perto das medalhas e nomeadamente pela forma como o Egipto caiu nas meias-finais perante a Argentina (6-0) - com quem os lusos tinham empatado antes da competição - e perante a Itália (11-3) - que os lusos tinham ganho por 4-1 num particular antes da competição - na discussão da Medalha de Bronze.

De qualquer forma só em 1966 outra selecção portuguesa fez um percurso melhor. No Ranking Final a selecção portuguesa ficou em 5.º lugar com os mesmos pontos que o 4.º classificado: O Egipto.

Vítor Silva foi o melhor marcador da Selecção com 3 golos.





sábado, 13 de fevereiro de 2021

FUTEBOL NOS JOGOS OLIMPICOS (1912 a 1924)




1912 (ESTOCOLMO) V JO: Nesta edição dos Jogos o português Francisco Lázaro, que integrou a primeira comitiva lusa em olimpíadas, participou na modalidade de atletismo e na prova da Maratona tendo ficado na história como a primeira vítima mortal de uns Jogos Olímpicos.

O Comité Organizador dos jogos negou-se a incluir, inicialmente, o futebol no programa oficial por considerar que se tratava de uma modalidade de exibição e não de competição. Devido a certas pressões, o futebol acabou por ser admitido como desporto olimpico, mas sob a condição da participação de uma equipa por nação, contrariando as intenções da Grã-Bretanha que pretendia inscrever equipas representativas de Inglaterra, Irlanda, Escócia e País de Gales. Nestas Olimpíadas intervieram 11 nações, todas europeias, (Finlândia, Itália, Áustria, Alemanha, Holanda, Suécia, Rússia, Grã-Bretanha, Dinamarca, Noruega e Hungria).

Nesta edição já não se registaram tantas goleadas escandalosas, como as ocorridas em Londres, demonstrando assim o nível crescente do futebol, cada vez mais popular, e com tendência para o equilibrio entre os diversos paises.

Para além da competição principal e com acesso às medalhas, a organização promoveu um torneio paralelo, denominado Torneio de Consolação, destinado aos paises eliminados em fases prematuras para que pudessem realizar mais jogos.

Tal como em 1908, Grã-Bretanha, Dinamarca e Holanda repetiram superioridades e Finlândia surgiu como a grande surpresa da prova. Nas meias-finais, a Grã-Bretanha derrotou a Finlândia por 4-0 enquanto a Dinamarca vencia a Holanda por 4-1, repetindo a final anterior. Os britânicos venceram por 4-2, renovaram o título e levaram a medalha de Ouro.

No jogo para atribuição da medalha de Bronze a Holanda goleou a surpreendente Finlândia por esclarecedores 9-0.

Na final do Torneio de Consolação, a Hungria venceu a Áustria por 3-0.

Assim: Ouro: Grã-Bretanha; Prata: Dinamarca; Bronze: Paises Baixos.

Harold Walden (GB) e Jan Vos (Holanda) com 8 golos foram os melhores marcadores da competição oficial seguidos por Anthon Olsen (Dinamarca) com 7 golos. No Torneio de Consolação, Gottfried Fuchs (Alemanha) foi o melhor marcador com 10 golos, todos obtidos no jogo com a Russia.




1916 (BERLIM) VI JO: A edição dos Jogos Olimpicos prevista para Berlim não se realizou devido à Primeira Guerra Mundial. Durante o conflito, no Natal de 1914, as tropas suspenderam a guerra para um jogo de futebol.




1920 (ANTUÉRPIA) VII JO: Nas Olimpíadas de Antuérpia, o futebol adquiriu particular relevo, dado que a Organização apresentou o Torneio de Futebol como o “I Concurso Mundial” e registou um enorme êxito de participação com 14 selecções europeias (Bélgica, França, Grã-Bretanha, Espanha, Dinamarca, Jugoslávia, Checoslováquia, Itália, Noruega, Holanda, Luxemburgo, Suécia, Grécia e Suiça) e 1 selecção do nordeste africano (Egipto). A Suiça, porém, acabou por desistir um dia antes da prova começar.

Devido ao conflito bélico, a relação entre paises europeus estava dividida e as questões politicas influenciaram decisões desportivas. Alemanha, Áustria, Hungria, Bulgária e Turquia não foram convidadas a participar e por outro lado Inglaterra, Irlanda, Escócia e País de Gales decidiram abandonar a FIFA. A Grã-Bretanha, campeã em título, acabou por participar com uma equipa amadora e saiu cedo da competição.

Nestas Olimpíadas o torneio de futebol ficou também marcado por diversos incidentes e por regulamentos algo tendenciosos que incluia o Torneio do Ouro e um Torneio das Medalhas de Prata e Bronze com uma configuração peculiar e com dependência dos finalistas ao Ouro.

Nas meias-finais do Torneio do Ouro, a Checoslováquia (Estado criado após dissolução do Império Austro-Húngaro derrotado na Grande Guerra) derrotou a França por 4-1 e marcou encontro na Final com a Bélgica que entretanto venceu a Holanda por 3-0. Na Final, a Bélgica adiantou-se no marcador e chegou a 2-0, mas aos 39 minutos a Checoslováquia abandonou o jogo em protesto contra a arbitragem do inglês Johnny Lewis considerada tendenciosa. Como se recusaram a regressar ao terreno de jogo os checos foram penalizados com derrota e desqualificados.

Pela lógica competitiva, a Holanda e a França deviam decidir a medalha de Prata (com a saida da Checoslováquia) e a medalha de Bronze na qualidade de semi-finalistas, mas a singularidade dos regulamentos do torneio afastaram a França, que tinha sido derrotada pelos Checos nas meias-finais, das medalhas e recuperaram a Espanha, eliminada pela Bélgica nos 4.ºs de final e a melhor equipa do segundo torneio, para discutir a Prata e o Bronze com os holandeses igualmente eliminados pela Bélgica (Meias-finais). Nesse jogo de atribuição de medalhas, a Espanha de Zamora e Pichichi levou a melhor sobre os holandeses por 3-1 e levaram a medalha de Prata. Curiosamente, a Holanda conseguiu a 3.ª medalha de bronze consecutiva.

Assim: Ouro: Bélgica; Prata: Espanha; Bronze: Paises Baixos.

Knut Herbert Carlsson (Suécia) com 7 golos foi o melhor marcador da competição, seguido por Antonín Janda-Očko (Checoslováquia) com 6 golos e por Bernardus "Ber" Groosjohan (Holanda) com 5 golos.






1924 (PARIS) VIII JOA última edição do Barão de Coubertin. O crescimento dos Jogos foi evidente nesta edição com a participação de 3088 atletas de 44 paises para 19 modalidades, tendo sido construído um complexo desportivo olimpico e o Estádio Olímpico de Colombes/Yves-du-Manoir e ainda instalada a primeira aldeia olimpica. O torneio olimpico de futebol acompanhou o desenvolvimento e a modalidade ganhou uma dimensão global nunca antes alcançada noutro evento.

Nesta edição dos Jogos, em que pela primeira vez foi usado o lema olímpico Citius, Altius, Fortius (Mais rápido, mais alto, mais forte), participaram no Torneio de Futebol 22 países, 19 europeus (Itália, Espanha, Suiça, Lituânia, Checoslováquia, Turquia, Estónia, Jugoslávia, Hungria, Polónia, Suécia, Bélgica, Bulgária, França, Irlanda, Luxemburgo, Holanda, Roménia, Letónia), 1 norte-americano (USA), 1 sul-americano (Uruguai), 1 nordeste-africano (Egipto).

De registar que apesar de bastante concorrida, esta edição não contou com a presença das equipas britânicas (Excepto a Irlanda) em confronto com a FIFA, da Dinamarca, Finlândia, Noruega, Alemanha (Não convidada) e Áustria. Portugal esteve para participar mas desistiu cerca de 15 dias antes do início da competição e já depois dos sorteios realizados onde iria defrontar a Suécia na fase preliminar.

Numa edição de grandes expectativas e muito interesse, a Bélgica, campeã olimpica, caiu espectacularmente na segunda ronda (Derrota com a Suécia por 8-1 na Catastrophe de Colombes”), a Checoslováquia também caiu na segunda ronda em dois jogos com a Suiça que seria a surpresa da prova (1-1/1-0) e a Espanha saiu na primeira ronda (Derrota com a Itália por 1-0). 

Isto enquanto os uruguaios deliciavam o público com o seu futebol espectacular. A carreira irresistível dos sul-americanos da “Celeste Olimpica” assombrou o público europeu e jogadores como José Nasazzi, Héctor Scarone e José Leandro Andrade converteram-se nos ídolos dos entusiastas parisienses que reconheciam a superioridade uruguaia.

Nas meias-finais, as duas surpresas da prova, Suiça e Suécia, discutiram o acesso à final que sorriu aos suiços na vitória por 2-1. No outro jogo, o surpreendente Uruguai teve mais dificuldades frente à Holanda mas acabou por vencer por 2-1, fruto de uma grande penalidade mal assinalada pelo árbitro francês Georges Vallat aos 81 minutos que Scarone (antes tinha tocado a bola com a mão) converteu. O Jornal France Soir titulou: "L'arbitre bat la Hollande".

Para a atribuição da Medalha de Bronze foram necessários dois jogos entre a Suécia e a Holanda e no final os Paises Baixos não conseguiram repetir as medalhas anteriores. A Suécia levou o Bronze (1-1/3-1).

Na Final, o Uruguai voltou a demonstrar todo o seu virtuosismo e capacidade técnica superando a Suiça por 3-0 e a Europa descobriu um outro tipo de futebol, começando a germinar a ideia de uma competição mundial própria.

As medalhas ficaram assim distribuídas: Ouro: Uruguai; Prata: Suíça; Bronze: Suécia.

Pedro Petrone (Uruguai) com 7 golos foi o melhor marcador da competição, seguido por Max "Xam" Abegglen (Suiça) e Sven Rydell (Suécia) com 6 golos e ainda de Cornelis "Kees" Pijl (Holanda), Héctor Scarone (Uruguai) e Paul Sturzenegger (Arg/Suiça) com 5 golos.



NOTA: Em 1924 o argentino Cesáreo Onzari marcou o primeiro golo de canto directo, num jogo amigável entre a Argentina e o Campeão olimpico Uruguai (2-1). Esse golo ficou conhecido por “Golo Olimpico”, não por ter sido conseguido no Torneio olimpico, mas por ter sido marcado aos campeões olimpicos.


 

FUTEBOL NOS JOGOS OLIMPICOS (1896 a 1908)



Os Jogos Olimpicos da Era Moderna, criados pelo aristocrata, pedagogo e historiador francês Charles Pierre de Frédy (Freddye), Barão de Coubertin, tiveram a sua primeira edição em 1896 (Atenas).

A FIFA reconhece a participação do Futebol nos Jogos Olimpicos de 1896 (Atenas), 1900 (Paris) e 1904 (Saint-Louis USA), mas fora do concurso olimpico e representado por equipas, 3 em cada edição, que reuniam maior evidência e ofereciam maior disponibilidade.

A edição oficial da entrada do futebol nos Jogos Olimpicos é nos Jogos de Londres de 1908.

As olimpiadas de 1920 (Antuérpia), 1924 (Paris) e 1928 (Amesterdão), consagraram o futebol como a modalidade rainha dos jogos, contribuindo para a criação do Campeonato do Mundo de Futebol, realizado pela primeira vez em 1930 (Uruguai). A partir de 1936 (Berlim) o Atletismo e a Natação tornaram-se as modalidades de excelência no contexto olímpico.



1896 (ATENAS) I JO: Nestes Jogos participaram três equipas, 2 gregas e 1 dinamarquesa. As equipas gregas representavam as cidades de Esmirna e Salónica e disputaram um encontro entre si, do qual saiu vencedora Esmirna. Na final, fora do Programa Oficial Olímpico que só incluia 9 modalidades desportivas (atletismo, ciclismo, esgrima, ginástica, halterofilismo, luta, natação, ténis e tiro), a formação de Esmirna venceu a equipa representante da Dinamarca por esclarecedores 15-0. 




1900 (PARIS) II JO: Igualmente fora do concurso olimpico, intervieram nestas olimpiadas três equipas: O Upton Park FC (Londres), em representação da Grã-Bretanha; O Student XI, uma formação da Universidade de Bruxelas reforçada com alguns elementos não estudantes (em substituição do campeão Racing Club Bruxelas) em representação da Bélgica e os franceses da USFSA (Union des Sociétés Françaises des Sports Athletiques) que delegaram presença no campeão francês Club Français Paris.

Realizaram-se dois jogos, ambos no Velódromo de Vincennes: No primeiro jogo os britânicos do Upton Park derrotaram o Club Français Paris por 4-0. No segundo jogo, o Club Français Paris derrotou o Student XI por 6-2 e com esse resultado ficou decidido o vencedor do torneio e a atribuição das medalhas: Ouro: Grã-Bretanha; Prata: França; Bronze: Bélgica.




1904 (SAINT-LOUIS / USA) III JO: Mais uma vez fora do concurso olimpico, participaram no Torneio de Futebol desta edição duas equipas norte-americanas (Christian Brothers College e Saint Rose Parish) e uma equipa canadiana (Galt Ontário Football Club). Como acontecera nas edições anteriores as equipas não constituiam selecções nacionais mas sim clubes que ostentavam, mais ou menos veladamente, a representatividade nacional.

O Galt FC do Canadá foi o grande vencedor do torneio ao vencer os dois jogos que realizou: 7-0 sobre Christian Brothers College e 4-0 sobre Saint Rose Parish. A Christian Brothers College conquistou o segundo lugar ao vencer a Saint Rose Parish após dois jogos (0-0 e 2-0). Mais tarde o COI concedeu a medalha de ouro ao Canadá pela vitória do Galt Ontário FC.






1908 (LONDRES) IV JO: As Olimpiadas da entrada oficial do Futebol no Programa Olimpico. Nesta competição inscreveram-se 7 paises (França, Grã-Bretanha, Suécia, Países Baixos, Dinamarca, Boémia e Hungria), no entanto, Boémia (Checos/Austríacos) e Hungria, por razões politicas acabaram por desistir e a França teve de improvisar uma equipa B. Curiosamente, as duas formações francesas jogaram com a Dinamarca e sairam goleadas (França B por 9-0 e França A por 17-1), desaire que fez com que os franceses renunciassem a disputar a medalha de bronze, cedendo a vez à Suécia. 

A Grã-Bretanha e a Dinamarca apresentaram-se a um nível superior e disputaram a medalha de ouro na Final com os britânicos a levar a melhor por 2-0. A medalha de Bronze foi disputada entre os Paises Baixos e a Suécia com a vitória a sorrir aos holandeses. 

Assim: Ouro: Grã-Bretanha; Prata: Dinamarca; Bronze: Paises Baixos.

Sophus Nielsen (Dinamarca) com 11 golos foi o melhor marcador do torneio, seguido por Vilhelm Wolfhagen (Dinamarca) com 8 e por  Harold Stapley (GB) com 6 golos.