No futebol nada está garantido. É um jogo de habilidades com os pés e exploração da inteligência. Muitas vezes a equipa que joga melhor com os pés não ganha à equipa que joga melhor com a cabeça.


terça-feira, 13 de outubro de 2020

EURO 76: "O Euro de Panenka"



O Campeonato Europeu de Futebol de 1976, a 5.ª edição, foi o último EURO a contar apenas com 4 selecções na fase final. Esta prova realizada na Jugoslávia contou com a presença do país anfitrião (Jugoslávia), o Campeão do Mundo em título (Republica Federal da Alemanha), o vice-campeão do Mundo (Holanda) e o país de Zdeněk Nehoda (Checoslováquia).

 

A RFA de Sepp Maier, Beckenbauer, Berti Vogts, Schwarzenbeck, Dietz, Bonhof, Uli Hoeness, Dieter Muller, Hölzenbein, Flohe, Kaltz, em fase de transição de gerações, depois de em 1974 ter conquistado o título mundial, apresentava-se como favorita a renovar o titulo europeu conquistado em 1972. No Play-off dos quartos de final eliminou a Espanha (1-1/2-0).

 

A Holanda de Jongbloed, Schrijvers, Suurbier, Rijsbergen, Krol, Van Hanegem, Neeskens, Jansen, Rep, Cruijff, Rensenbrink, os irmãos Van de Kerkhof, sem Arie Haan mas agora comandada por George Knobel, queria corrigir o Mundial de 74 e escrever  a história do Euro 76. No Play-off dos quartos de final eliminou a Bélgica (5-0/2-1).

 

A Jugoslávia de Petrović, Hadžiabdić, Katalinski, Šurjak, Aćimović, Popivoda, Džajić, Halilhodžić, Šljivo, Vladić, Peruzović, a jogar em casa não queria desperdiçar a oportunidade de conquistar o título, principalmente quando faltavam apenas 2 jogos. No Play-off dos quartos de final eliminou País de Gales (2-0/1-1).

 

A Checoslováquia de Ivo Viktor, Ján Pivarník, Jozef Capkovic, Koloman Gögh, Anton Ondrus, Marián Masny, Antonín Panenka, Jozef Móder, Jaroslav Pollák, Zdenek Nehoda, Karol Dobias, Frantisek Vesely, Ján Svehlík, Ladislav Jurkemik, Bičovský, Ladilasv Petráš, tinha um colectivo muito forte e era nessa união de grupo que pretendia surpreender nesta fase final do Euro 76. No Play-off dos quartos de final eliminou a URSS (2-0/2-2).



Nesta competição parecia tudo organizado para reeditar a final do Mundial 74, com as meias-finais a serem disputadas com Jugoslávia vs RFA e Checoslováquia vs Holanda.

 

Só que a Checoslováquia contrariou o previsto com uma vitória por 3-1 sobre a Holanda de Cruijff e Rensenbrink, após prolongamento. A RFA por seu lado cumpriu o favoritismo ao derrotar a Jugoslávia por 4-2, também após prolongamento.



Assim, surgiu uma final inédita entre a RFA e a Checoslováquia que terminou com um empate 2-2 e decidido nas grandes penalidades (5-3). E foi nessa decisão que se escreveu história de duas formas.

 

A Checoslováquia sagrar-se-ia campeã da Europa pela primeira vez e Antonín Panenka marcaria a penalidade decisiva com um gesto técnico nunca antes visto: “O penalty a Panenka”.

 

Muitas pessoas perguntam-me o que teria acontecido se eu não tivesse marcado aquele golo na final e eu digo-lhes que seria nesta altura um trabalhador fabril com 40 anos de experiência”.

ANTONÍN PANENKA



Uli Hoeness falhou



Panenka escreveu História

FINAL EURO 76:

Checoslováquia – 2 (5) – RFA – 2 (3)

 

Golos:

CZE: Švehlík (8), Dobiaš (25)

RFA: Dieter Müller (28), Hölzenbein (89)

 

Penalidades:

Masny 1-0, Bonhof 1-1, Nehoda 2-1, Flohe 2-2, Ondrus 3-2, Bongartz 3-3, Jurkemik 4-3, Hoeness (Falhou) 4-3, Panenka 5-3.

 

Equipas:

CZE: Ivo Viktor, Ján Pivarník, Jozef Capkovic, Koloman Gögh, Anton Ondrus (c), Marián Masny, Antonín Panenka, Jozef Móder, Zdenek Nehoda, Karol Dobias (Frantisek Vesely 94), Ján Svehlík (Ladislav Jurkemik 79).

Treinador: Václav Jezek

 

RFA: Josef “Sepp” Maier, Hans-Hubert “Berti” Vogts, Bernard Dietz, Herbert Wimmer (Heinz Flohe 46), Georg Schwarzenbeck, Franz Beckenbauer (c), Uli Hoeness, Rainer Bonhof, Dieter Müller, Erich Beer (Hans Bongartz 79), Bernd Hölzenbein.

Treinador: Helmut Schön

 

Melhor Marcador: Dieter Müller (RFA) – 4

 

Melhor Jogador: Não Atribuido

 

Melhor Equipa do Torneio: Ivo Viktor (Cze); Ján Pivarník (Cze), Franz Beckenbauer (RFA), Anton Ondruš (Cze), Ruud Krol (Hol); Rainer Bonhof (RFA), Antonín Panenka (Cze), Jaroslav Pollák (Cze), Dragan Džajić (Jug); Zdeněk Nehoda (Cze), Dieter Müller (RFA).



 Václav Jezek


sexta-feira, 9 de outubro de 2020

CRISTIANO RONALDO: "A Estreia"


Em cima, da esquerda para a direita:

Cristiano Ronaldo, Fernando Alexandre, André Carvalho, Diogo Andrade, Filipe Duarte e Christopher.

Em baixo, da esquerda para a direita:

Hugo Monteiro, Steven, Costinha, Ricardo Costa e Pedro Araújo. 



Cristiano Ronaldo chegou a 200 internacionalizações (119 golos) em todos os escalões da selecção portuguesa. Na selecção principal conta com 166 jogos e 101 golos; Na selecção Olímpica fez 3 jogos e marcou 2 golos; Nos Sub-21 tem 10 jogos e 3 golos; Nos Sub-20 realizou 5 jogos e marcou 1 golo; Nos Sub-17 jogou 7 vezes e marcou por 5 vezes; Nos Sub-15 fez 9 jogos e marcou 7 golos.

 

A 24-2-2001, Cristiano Ronaldo fez a sua estreia nas selecções nacionais, no escalão de Sub-15, num jogo a contar para o Torneio Internacional de Rio Maior frente à África do Sul que Portugal venceu por 2-1, tendo CR7 marcado um dos golos.





quarta-feira, 7 de outubro de 2020

MUNDIAIS DE FUTEBOL: O Histórico dos Goleadores


Os melhores marcadores da História dos Mundiais de Futebol. Os "Bota de Ouro".

 

URUGUAI 1930: Guillermo STÁBILE (Arg) – 8


ITÁLIA 1934: Oldřich NEJEDLÝ (Cze) – 5


FRANÇA 1938: LEÓNIDAS da Silva (Bra) – 8



1942: O Mundial não se realizou (II Guerra Mundial)


1946: O Mundial não se realizou (II Guerra Mundial)




BRASIL 1950: ADEMIR de Menezes (Bra) – 9


SUIÇA 1954: Sándor KOCSIS (Hun) – 11


SUÉCIA 1958: Just FONTAINE (Fra) - 13



CHILE 1962: Flórián ALBERT (Hun) – 4

                      Mané GARRINCHA (Bra)

                      VAVÁ Neto (Bra)

                      Leonel SANCHEZ (Chi)

                      Valentin IVANOV (URSS)

                      Drazan JERKOVIC (Jug)

 

INGLATERRA 1966: EUSÉBIO da Silva Ferreira (Por) – 9




MÉXICO 1970: Gerd MULLER (RFA) – 10


REPÚBLICA FEDERAL ALEMÃ 1974: Grzegorz LATO (Pol) - 7


ARGENTINA 1978: Mário KEMPES (Arg) – 6



ESPANHA 1982: Paolo ROSSI (Ita) – 6


MÉXICO 1986: Gary LINEKER (Ing) – 6



ITÁLIA 1990: Totò SCHILLACI (Ita) – 6


USA 1994: Hristo STOICHKOV (Bul) – 6

                  Oleg SALENKO (Rus)


FRANÇA 1998: Davor SUKER (Cro) – 6



COREIA DO SUL/JAPÃO 2002: RONALDO Nazário (Bra) – 8


ALEMANHA 2006: Miroslav KLOSE (Ale) – 5



ÁFRICA DO SUL 2010: Thomas MULLER (Ale) – 5 

                                        Diego FORLAN (Uru) 

                                        Wesley SNEIJDER (Hol)

                                        David VILLA (Esp)

 

BRASIL 2014: James RODRIGUEZ (Col) – 6


RUSSIA 2018: Harry KANE (Ing) – 6



 

terça-feira, 6 de outubro de 2020

ZLATAN IBRAHIMOVIC


“Carreira de treinador? Impossível! Durante a partida ia bater em dois jogadores e, depois do jogo, em oito.”

 

Agora Los Angeles tem um Deus e um Rei! Zlatan dá as boas-vindas ao Rei LeBron James.

 

"Los Angeles, bem vinda a Zlatan"

 

Vocês queriam o Zlatan, e eu dei-vos o Zlatan. Não precisam de agradecer. A história continua… Agora podem voltar a ver baseball.”

 

“Se eu ficar, será óptimo para a MLS, porque o mundo inteiro continuaria a assistir. Se eu não ficar, ninguém se vai lembrar do que é a MLS".

 

Sou como o Benjamin Button, nasci velho e vou morrer jovem.”

 

“O que eu dei à minha mulher no aniversário? Nada. Ela já tem Zlatan.”

 

Um Zlatan lesionado continua a ser um caso sério para qualquer equipa adversária.”

 

"Wenger pediu-me para que passasse por um período de testes no Arsenal, aos 17 anos. Não, Zlatan não faz testes. Ou me conheces ou não me conheces e se não me conheces, não me podes querer.”

 

"Eu não preciso sonhar. Eu sou o sonho."

 

"Quando visitas Nova York tens a Estátua da Liberdade. Quando visitas a Suécia, tens a Estátua de Zlatan."

 

"Mourinho é o oposto de Guardiola. Se Mourinho ilumina a sala, Guardiola fecha as cortinas."

 

"Não havia lugar para uma personalidade como a minha no pequeno mundo de Pep Guardiola."

 

"Leões não se comparam com os humanos."

 

"Não consigo fazer outra coisa a não ser rir de como eu sou tão perfeito."

 

Todos tentam fazer um grande golo na carreira, eu tenho a sorte de ter marcado alguns.”

 

"É verdade que não sei muito sobre os jogadores da Liga francesa, mas eles definitivamente sabem quem eu sou."

 

Cheguei como um herói, saio como uma lenda.” (PSG)

 

“Não estou habituado a não ganhar nada - é a primeira vez que isso acontece comigo. Estou desapontado. É um fracasso.” (AC Milan 2012)

 

Henchoz? Primeiro eu fui para a esquerda, ele também. Depois fui para a direita, e ele também. Depois voltei para a esquerda novamente e ele foi comprar um cachorro-quente.”

 

“Eu posso jogar nas 11 posições porque um bom jogador pode jogar em qualquer lugar.”

 

"Só Deus sabe quem vai passar... Você está a falar com ele agora."

 

"A Covid teve a coragem de me desafiar. Péssima ideia.”

 

ZLATAN IBRAHIMOVIC




  

domingo, 4 de outubro de 2020

DIEGO SIMEONE: "El Cholo"


Não é só o jogador que deve entender o treinador. O treinador também deve entender o jogador.”

“O mais importante não é a quantidade de minutos que se jogam, mas sim a qualidade desses minutos”

Importante é a contundência, que te aproxima dos melhores resultados. O futebol vistoso pode ser lindo, mas não garante resultados.”

“Quando a equipa adversária percebe que há medo, ela tira vantagem sem piedade. A chave talvez esteja em impor medo para que eles percebam que não há medo nenhum.”

Acredito que as emoções podem mover montanhas, mas que só o espírito pode superar os orçamentos.”

“Como treinador, a maior satisfação que podes ter é ver melhorar os teus jogadores.”

O futebol é maravilhoso porque ninguém tem a razão: não existe uma verdade absoluta.”

“Não dou ouvidos a elogios ou a críticas, se uma enfraquece a outra enfurece.”

As equipas que defendem bem são tão importantes quanto as que atacam bem. Se não sofreres golos fica muito mais fácil venceres, mas é tudo uma questão de equilíbrio.”

“A psicologia é importante, mas a motivação é algo que, se não a tiveres dentro de ti, ninguém te poderá fornecer.”

Não acredito muito em sorte. Acredito mais no trabalho, na consistência, na persistência e na capacidade.”

"Como nas grandes batalhas, os melhores não conseguem vencer sempre, mas os mais consistentes conseguem."

"Eu acredito na ordem antes de tudo e acima de tudo. Ordem é um modo de vida."

"Se olhas para muito longe, podes não ver o passo imediato e tropeças. Deves ir passo a passo."

"O esforço não é negociável."

“O jogador que prefere sentir-se confortável num clube pequeno, onde é o peixe maior num lago pequeno, é aquele que assiste as finais pela televisão.”

Quando chego a uma final, os meus jogadores já sabem qual é a minha citação principal: As finais não se jogam, ganham-se.”

“O craque é aquele que nunca dá problemas ao colectivo, só soluções.”

Só no dicionário êxito está antes de trabalho.”

“Esforço é aquela prática de magia que transforma sucessos em realidade.”

"A liderança dentro de um grupo não se elege, é o grupo que ta dá.”

DIEGO SIMEONE





quinta-feira, 1 de outubro de 2020

CRISTIANO RONALDO: "O Transmorfo"


"O vosso amor torna-me mais forte, o vosso ódio faz de mim imparável".

CRISTIANO RONALDO

 

Cristiano Ronaldo, é muito mais que um jogador de futebol. Ele é um caso de estudo, em matéria de aplicação, adaptação, disciplina e ambição. É que Cristiano Ronaldo não é só força bélica, tem lá muita técnica que resolveu disciplinar, até alterar e moldar, consoante as exigências. Um perfeito animal de adaptação. Um camaleão. Se calhar, Blatter tem razão sobre a disciplina quase militar.

 

E, por favor, não sejam insultuosos com a questão da técnica, dado que foi a sua habilidade e técnica individual que o levou para Manchester.



Recuperando a memória, Cristiano Ronaldo era um jogador com um potencial enorme. Lembro aquele jogo amigável entre o Sporting CP e o Manchester United, onde Cristiano Ronaldo partiu a loiça toda. Não estranhei, portanto que Alex Ferguson o contratasse. Estava ali um diamante ligeiramente trabalhado, mas com potencial em bruto, apesar dos vícios do futebol nacional. Muito espectáculo, muita fita, muita finta, muita simulação e pouca objectividade.

 

Tempos depois fui registando as suas entradas nos jogos do Manchester United e da Premier League, com muita criatividade, muitas fitas e fintas, mas pouca objectividade. Muitas críticas também, por estar mais tempo no chão do que em pé. Mas cerrou os dentes.

 

Com o tempo foi melhorando, e em alguns jogos cheguei a pensar: Se o puto começa a marcar golos…. Com aquela velocidade e capacidade de drible, se começar a rematar e juntar eficácia, temos um fenómeno. Não demorou muito tempo a transformar-se de jogador da bola em jogador de futebol.



No entanto, quando vejo o verdadeiro Cristiano Ronaldo é depois do Mundial da Alemanha, em 2006. Aí deixo de ver um jogador de qualidade, para passar a ver um indivíduo indomável no seu percurso de jogador de excepção. Uma força interior superior à força do seu futebol.

 

A forma como enfrenta um campeonato de Inglaterra, totalmente contra, depois das quezílias resultantes do Portugal vs Inglaterra do Mundial e com o seu próprio colega de equipa Wayne Rooney, não está ao nível de qualquer um. Só um predestinado de corpo inteiro consegue inverter um ambiente completamente adverso, numa época repleta de sucesso e de afirmação absoluta. Cristiano Ronaldo, deixou de ser um bom jogador, para ser O jogador do Man United, com golos, objectividade e muito futebol.

 

Mesmo assim, na época 07/08, Cristiano Ronaldo conseguiu superar-se, esvaziou todas as previsões, ultrapassou todas as possibilidades e atingiu patamares, colectivos e individuais, apenas reservados aos únicos. E a Bola de Ouro e o Melhor do Ano FIFA.



Em 2009, Cristiano Ronaldo enfrentou de caras o desafio do Real Madrid e o fardo da transferência mais cara de sempre. O peso não foi um fardo e mais uma vez, CR9 e depois CR7, superou as expectativas. Nova metamorfose, com adaptação a novos métodos, a outro futebol, a outras experiências. As fitas e fintas estavam cada vez mais distantes. A máquina adoptara novas características de funcionamento.



Como CR7, transforma o seu futebol em pragmatismo, eficiência e eficácia goleadora. Explode com José Mourinho e ultrapassa recordes como ninguém antes. Consegue a marca de ter mais golos marcados do que jogos disputados. Velocidade, capacidade física e eficácia são os ingredientes. As fintas, as simulações e a destreza foram-se diluindo, mas os resultados calibram a transformação.

 

Com Ancelotti, e nova adaptação, CR7 coloca novos desafios ao seu próprio desafio constante, mantendo o mesmo pragmatismo e eficácia. Possivelmente, a projectar o seu futebol para o futuro, onde as correrias e vertigens se vão reduzindo. Sempre a um nível máximo de exigência e compromisso.

 

Com Zidane, reiventa-se e descobre um novo espaço para voar. Zidane deu-lhe asas e não lhe condicionou os movimentos. Épocas de grande rendimento, individual e colectivo.



Aos 33 anos, CR7 propôs um novo desafio e decidiu sair do Real Madrid, após 451 golos em 438 jogos (recordista absoluto dos Merengues), para defender a Juventus, enfrentando a sempre dificil Liga Italiana que iria testar fortemente as suas capacidades técnicas e fisicas. Aos 35 anos, continua a adaptar-se, a superar-se e a transformar-se.



Para espelhar esta capacidade de “Transmorfo”, CR7 até aos 30 anos marcou 52 golos em 118 jogos, pela selecção de Portugal, e depois dos 30 anos marcou 49 golos em 47 jogos, por enquanto...