"O
vosso amor torna-me mais forte, o vosso ódio faz de mim imparável".
CRISTIANO
RONALDO
Cristiano
Ronaldo, é muito mais que um jogador de futebol. Ele é um caso de estudo, em
matéria de aplicação, adaptação, disciplina e ambição. É que Cristiano Ronaldo
não é só força bélica, tem lá muita técnica que resolveu disciplinar, até
alterar e moldar, consoante as exigências. Um perfeito animal de adaptação. Um
camaleão. Se calhar, Blatter tem razão sobre a disciplina quase militar.
E,
por favor, não sejam insultuosos com a questão da técnica, dado que foi a sua habilidade
e técnica individual que o levou para Manchester.
Recuperando
a memória, Cristiano Ronaldo era um jogador com um potencial enorme. Lembro
aquele jogo amigável entre o Sporting CP e o Manchester United, onde Cristiano
Ronaldo partiu a loiça toda. Não estranhei, portanto que Alex Ferguson o
contratasse. Estava ali um diamante ligeiramente trabalhado, mas com potencial
em bruto, apesar dos vícios do futebol nacional. Muito espectáculo, muita fita,
muita finta, muita simulação e pouca objectividade.
Tempos
depois fui registando as suas entradas nos jogos do Manchester United e da
Premier League, com muita criatividade, muitas fitas e fintas, mas pouca
objectividade. Muitas críticas também, por estar mais tempo no chão do que em
pé. Mas cerrou os dentes.
Com
o tempo foi melhorando, e em alguns jogos cheguei a pensar: Se o puto começa a
marcar golos…. Com aquela velocidade e capacidade de drible, se começar a
rematar e juntar eficácia, temos um fenómeno. Não demorou muito tempo a
transformar-se de jogador da bola em jogador de futebol.
No
entanto, quando vejo o verdadeiro Cristiano Ronaldo é depois do Mundial da
Alemanha, em 2006. Aí deixo de ver um jogador de qualidade, para passar a ver
um indivíduo indomável no seu percurso de jogador de excepção. Uma força
interior superior à força do seu futebol.
A
forma como enfrenta um campeonato de Inglaterra, totalmente contra, depois das
quezílias resultantes do Portugal vs Inglaterra do Mundial e com o seu próprio
colega de equipa Wayne Rooney, não está ao nível de qualquer um. Só um
predestinado de corpo inteiro consegue inverter um ambiente completamente
adverso, numa época repleta de sucesso e de afirmação absoluta. Cristiano
Ronaldo, deixou de ser um bom jogador, para ser O jogador do Man United, com golos,
objectividade e muito futebol.
Mesmo
assim, na época 07/08, Cristiano Ronaldo conseguiu superar-se, esvaziou todas
as previsões, ultrapassou todas as possibilidades e atingiu patamares,
colectivos e individuais, apenas reservados aos únicos. E a Bola de Ouro e o
Melhor do Ano FIFA.
Em
2009, Cristiano Ronaldo enfrentou de caras o desafio do Real Madrid e o fardo
da transferência mais cara de sempre. O peso não foi um fardo e mais uma vez,
CR9 e depois CR7, superou as expectativas. Nova metamorfose, com adaptação a
novos métodos, a outro futebol, a outras experiências. As fitas e fintas
estavam cada vez mais distantes. A máquina adoptara novas características de
funcionamento.
Como
CR7, transforma o seu futebol em pragmatismo, eficiência e eficácia goleadora.
Explode com José Mourinho e ultrapassa recordes como ninguém antes. Consegue a
marca de ter mais golos marcados do que jogos disputados. Velocidade,
capacidade física e eficácia são os ingredientes. As fintas, as simulações e a
destreza foram-se diluindo, mas os resultados calibram a transformação.
Com
Ancelotti, e nova adaptação, CR7 coloca novos desafios ao seu próprio desafio
constante, mantendo o mesmo pragmatismo e eficácia. Possivelmente, a projectar
o seu futebol para o futuro, onde as correrias e vertigens se vão reduzindo.
Sempre a um nível máximo de exigência e compromisso.
Com
Zidane, reiventa-se e descobre um novo espaço para voar. Zidane deu-lhe asas e
não lhe condicionou os movimentos. Épocas de grande rendimento, individual e
colectivo.
Aos
33 anos, CR7 propôs um novo desafio e decidiu sair do Real Madrid, após 451
golos em 438 jogos (recordista absoluto
dos Merengues), para defender a Juventus, enfrentando a sempre dificil Liga
Italiana que iria testar fortemente as suas capacidades técnicas e fisicas. Aos
35 anos, continua a adaptar-se, a superar-se e a transformar-se.
Para
espelhar esta capacidade de “Transmorfo”, CR7 até aos 30 anos marcou 52 golos
em 118 jogos, pela selecção de Portugal, e depois dos 30 anos marcou 49 golos
em 47 jogos, por enquanto...









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